Peles de tilápia produzidas no Ceará serão utilizadas no tratamento de animais feridos pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A técnica desenvolvida na Universidade Federal do Ceará (UFC) permite o uso dessas peles como curativos em ferimentos de submersão, como os causados pelas enchentes.
O envio das peles de tilápia ocorreu no último dia 3 de junho para Santa Catarina e agora estão a caminho de Nova Santa Rita, na região metropolitana de Porto Alegre. O material, que será utilizado principalmente em cavalos, é uma parceria entre a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAGRI) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce).
O método, estudado desde 2015 na UFC, já é destaque em institutos de pesquisa e hospitais em todo o mundo. Ele permite que a pele de tilápia seja utilizada como bandagem em diferentes tipos de ferimentos.
O processo de esterilização do material ocorre no Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), em São Paulo, permitindo maior conservação e durabilidade de três anos para as peles.
A iniciativa tem como objetivo reduzir a dor dos animais e agilizar a cicatrização, além de diminuir a necessidade de trocas frequentes de curativos.
A pesquisa com pele de tilápia já foi aplicada em diferentes situações de emergência, como no tratamento de vítimas de explosão no Líbano e de animais afetados por incêndios florestais em diversos locais do Brasil.