O único grupo a apresentar queda foi Habitação (-1,70%), beneficiado pelo recuo do preço da energia elétrica (-7,95%). Em 16 de abril, cessou a cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos, relativa à bandeira Escassez Hídrica, passando a vigorar a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz.
Veja a inflação de maio para cada um dos grupos pesquisados
Alta dos combustíveis desacelera
Os combustíveis subiram 1%, mas desaceleraram em relação ao mês anterior (3,20%). Na gasolina, a alta passou de 2,48% em abril para 0,92% em maio. Houve ainda queda no preço do etanol (-0,43%), que, em abril, havia subido 8,44%.
Apesar da desaceleração dos combustíveis em geral, o óleo diesel teve uma alta de mais de 3,72%. “Só que o produto tem um peso pequeno no IPCA, impactando mais transportes pesados como caminhões e ônibus”, destacou o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.
Em 12 meses, a gasolina ainda acumula alta de 28,73%, o etanol, de 25,31%, e o diesel, de 52,27%.
Passagens aéreas e remédios mais caros
Os vilões da inflação no mês de maio foram as passagens aéreas e os remédios.
As passagens aéreas subiram 18,33%, representando o maior impacto individual positivo no índice do mês (0,08 ponto percentual), juntamente com os produtos farmacêuticos que tiveram alta de 2,51%, respondendo também por um peso 0,08 p.p. do IPCA mensal.
Preço do tomate e da cenoura recua
Nos alimentos, houve queda nos preços de itens que haviam pressionado o índice no mês anterior, como tomate (-23,72%) e batata-inglesa (-3,94%). Houve recuo também nos preços da cenoura (-24,07%), embora a variação acumulada em 12 meses ainda seja de 116,37%.
Entre as altas, o preço da cebola saltou 21,36%. A maior pressão no grupo, porém, veio do leite longa vida (4,65%), que já acumula 28,03% de variação no ano.
A desaceleração no grupo alimentos e bebidas foi puxada pela alimentação no domicílio, que passou de 2,59% em abril para 0,43% em maio.
A média das expectativas do mercado para a inflação fechada de 2022 está atualmente em 8,89% segundo a última pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central.
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%. O próprio Banco Central já admitiu, entretanto, que a meta de inflação deve superar pelo 2º ano seguido o teto da meta.
Para tentar trazer a inflação de volta para a meta, o Banco Central tem feito um maior aperto monetário. A taxa básica de juros (Selic) está atualmente em 12,75% e o BC sinalizou que caminha para elevar mais os juros.
Para o próximo ano, a meta de inflação foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Para 2023, a projeção atual do mercado é de inflação de 4,39% e taxa de juros em 9,75% no final do ano.