Em um passo histórico, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou nesta quarta-feira (29) que convidou formalmente a Finlândia e a Suécia para fazer parte da aliança militar ocidental.
“Hoje, decidimos convidar a Finlândia e a Suécia para se tornarem membros da Otan, e concordamos em assinar o Protoclo de Acesso”, anunciou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em comunicado após a primeira reunião da cúpula do grupo que acontece esta semana em Madri, na Espanha.
Com o movimento, o provável ingresso dos dois países escandinavos coloca a Otan em uma proximidade territorial sem precedentes com a Rússia, que atacou a Ucrânia sob o argumento de que a aliança ocidental se aproximava demais de seu país. Só a Finlândia tem uma fronteira de mais de 1,3 quilômetros de extensão com o território russo.
As portas para o convite, formalizado nesta manhã por Stoltenberg, já haviam sido abertas na noite de terça-feira (28), quando a Turquia, país membro da Otan que travava a entrada dos países nórdicos no bloco, mudou de posição após negociações na capital espanhola. O presidente turco, Tayip Erdogan, acusa os governos finlandês e sueco de dar asilo a cidadãos turcos considerados terroristas por Ancara, o que ambos os países negam.
A Rússia, tema central da cúpula que a Otan realiza esta semana na capital espanhola, já havia prometido retaliações “sem precedentes” caso os dois países nórdicos ingressem na aliança militar do Ocidente.
Finlândia e Suécia ignoraram as ameaças e, em maio, entregaram solicitação formal de pedido de adesão à Otan.
O movimento indicou também a mudança de postura dos dois países, que adotavam a neutralidade em conflitos internacionais e, por isso, não faziam parte da Otan nem de qualquer outro grupo militar. O abandono à neutralidade da Suécia e da Finlândia foi a primeira grande mudança na geopolítica mundial desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.
‘Compromisso com a Ucrânia’
Em um documento conjunto com resoluções do primeiro dia de reuniões, os líderes também se comprometeram em apoiar a Ucrânia “pelo tempo que durar o conflito” no país.