Exatos 20 anos já se passaram desde a morte de Patativa do Assaré. O poeta cearense morreu em 8 de julho de 2002, aos 93 anos, após uma parada cardíaca. Além de poeta, Patativa foi cantor, compositor e repentista. Filho de agricultores, perdeu a visão de um dos olhos ainda criança e só frequentou a escola durante quatro meses.
Patativa teve uma vida difícil, mas soube transformar o sofrimento da seca no sertão em versos recitados por ele com muita paixão e amor. Nascido em 1909 na Serra de Santana, a 18km de distância da cidade de Assaré, no Sul do Ceará, o poeta foi criado em uma casa de taipa.
Ele foi batizado como Antônio Gonçalves da Silva, mas deixou nome e sobrenome para trás e cresceu como Patativa, apelido que ganhou do escritor José de Carvalho Brito, que comparou o talento do poeta ao canto de um pássaro.
Mesmo indo pouco à escola, Patativa deu asas ao talento. Aos 16 anos, comprou uma viola e começou a cantar de improviso. Seus versos foram ouvidos no quatro cantos do mundo, mas ele nunca ganhou dinheiro com a poesia.
“Eu sou o poeta que digo: ‘sou poeta popular, sou simples, sou humilde e sempre onde eu vou rimar, o principal tema é Deus.’ Deus fez a grande natureza com tudo quanto ela tem. Mas não passou escritura da terra para ninguém”, escreveu Patativa em um dos seus versos.
Aos 25 anos, Patativa casou-se com dona Belinha. Ficou viúvo com 7 filhos, sendo quatro homens e três mulheres. O poeta trabalhou como agricultor até os 70 anos e sempre se dizia “um homem feliz”.
ESTÁTUA DE BONZE
Doze anos após a morte de Patativa do Assaré, o poeta cearense recebeu uma homenagem em uma estátua de bronze em tamanho natural que foi apresentada próxima a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, na cidade natal de Patativa, Assaré, a 520 km de Fortaleza.
Fonte: G1