A Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, concluiu nesta terça-feira (19) o inquérito que investigou o anestesista Giovanni Quintella Bezerra. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável, crime cuja pena varia de 8 a 15 anos de prisão.
Outros cinco possíveis casos de estupro pelo médico são investigados pela Polícia Civil.
Bezerra foi preso em flagrante na madrugada do último dia 11, depois que funcionários do Hospital da Mulher Heloneida Studart filmaram o anestesista colocando o pênis na boca de uma paciente desacordada durante uma cesárea.
Segundo depoimentos colhidos ao longo das investigações, o médico pedia que os maridos das pacientes se retirassem da sala de cirurgia no meio do procedimento. Os relatos também indicam que Bezerra aplicava, sem necessidade, altas doses de sedativo nas mulheres, para que pudesse estuprá-las.
Na última sexta (15), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou denúncia do Ministério Público contra o médico e ele se tornou réu pelo crime de estupro de vulnerável.
O prazo para apresentar defesa após o recebimento da denúncia na esfera penal e a citação do acusado é de dez dias.
O médico teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada no dia 12 de julho.
Entre os cinco possíveis casos de estupro ainda investigados, dois podem ter ocorrido horas antes da filmagem que resultou na prisão de Bezerra, com pacientes que também passaram por cesáreas no mesmo hospital.
Na segunda cesárea daquele dia, uma das profissionais da enfermagem viu que ele estava com o pênis ereto, segundo depoimento à polícia. Foi aí que decidiram filmá-lo na terceira cirurgia.
Outras três ex-pacientes procuraram a delegacia para denunciar o comportamento do médico. Elas disseram que ele as sedou completamente, deixando-as inconscientes, e que ele não permitiu que os companheiros acompanhassem todo o procedimento.
Fonte: Folha de São Paulo
Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo