Uma mulher afirmou à Justiça Eleitoral ter sido registrada como candidata pelo Partido Liberal (PL) no Ceará sem o consentimento e sem que ela soubesse.
Andréia Moura foi registrada como uma das 15 candidatas a deputado estadual pela legenda no estado – ao todo, o PL possui 46 candidatos à Assembleia Legislativa.
No registro, Andréia consta como estudante, com ensino médio completo e de raça parda. A raça declarada é parda.
A legislação eleitoral determina que os partidos tenham pelo menos 30% de suas candidaturas e do fundo eleitoral para mulheres. A lei também obriga aos partidos destinarem parcela do fundo eleitoral proporcional ao total de candidaturas negras que a legenda apresentar para a eleição.
“Não tenho interesse em participar do referido pleito para qualquer cargo eletivo”, acrescenta a estudante no documento.
Na quarta-feira (17), o juiz Francisco Erico Carvalho Silveira, do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), intimou o comando do PL no Ceará a esclarecer sobre a denúncia.
Em nota, a direção do PL no Ceará disse que a “senhora Andrea Moura está filiada ao PL, com o consentimento próprio, estava em andamento de pré-candidatura mas, por motivos pessoais, desistiu da candidatura após a realização da Convenção Partidária, no último dia 5 de agosto de 2022”.
O g1tentou contato com Andréia, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
O PL diz que Andrea Moura foi desfiliada da sigla na quarta-feira (17).
Conforme o TRE-CE, o PL tem prazo de três dias para apresentar o requerimento de registro de candidatura assinado por ela, provando que Andreia autorizou o registro.
A candidatura de Andreia Moura consta no Divulgacand, plataforma da Justiça Eleitoral que registra informações dos candidatos, nesta sexta-feira (19).
Andreia aparece com a mesma foto da urna (item obrigatório para registrar a candidatura) utilizada por ela nas eleições de 2018, quando ela concorreu como suplente.
Fonte: G1