O coração de Dom Pedro I deve chegar ao Brasil nesta segunda-feira (22), onde ficará exposto, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil. O órgão, que está em Portugal, será transportado pela Força Aérea Brasileira (FAB).
As informações sobre o transporte foram dadas pelo embaixador George Monteiro Prata e pelo chefe do cerimonial do Itamaraty, ministro Alan Coelho de Séllos, neste domingo (21), em Brasília. O coração virá na cabine de passageiros de um avião da FAB e três autoridades portuguesas, além de um representante do governo brasileiro, acompanham a viagem.
“O coração será recebido no Brasil como chefe de Estado, e será tratado como se Dom Pedro I fosse vivo entre nós, não é? Portanto, ele será objeto de todas as medidas que se costumam atribuir a uma visita oficial, uma visita de Estado, de um soberano estrangeiro, no caso de um soberano brasileiro ao Brasil”, afirma Séllos.
A chegada, em Brasília, está prevista para as 9h30 desta segunda-feira. Na terça (23), haverá uma cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A família imperial foi convidada para o evento. No entanto, o coração do imperador não será exibido. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a partir de terça-feira (23), o órgão fica exposto “dentro de um vidro”, no Palácio do Itamaraty.
A Polícia Federal (PF) vai monitorar a segurança durante toda a permanência do órgão no país, além das Forças Armadas. No dia 8 de setembro o coração será levado de volta para Portugal. O Ministério das Relações Exteriores não informou quanto custou a operação para trazer o coração de Dom Pedro I para o Brasil.
Em Portugal, o órgão fica guardado na igreja de Nossa Senhora da Lapa, na cidade do Porto. Ele é protegido pelos Guardiões da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa.
“São necessárias cinco chaves para acessar o coração que é conservado há 187 anos, dentro de um vaso de vidro com formol”, informou o Itamaraty.
O coração de Dom Pedro I foi doado à cidade do Porto, em Portugal, em função de um pedido que teria sido feito pelo próprio imperador, antes de morrer.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, as negociações para a vinda ao Brasil começaram em fevereiro deste ano, por causa das comemorações dos 200 anos da Independência do país, comemorados no próximo 7 de setembro.
Primeiro, os peritos do Instituto Médico Legal da Universidade do Porto autorizaram – do ponto de vista técnico – a vinda do órgão, “que é frágil”. Depois, houve uma votação, na Câmara de Vereadores da cidade do Porto, onde a viagem foi autorizada, por unanimidade.
CURIOSIDADES
Esta não é a primeira vez que restos mortais de Dom Pedro I são apresentados nas comemorações da Independência do Brasil. Em 1972, durante a ditadura militar, parte da ossada do imperador foi exposta em várias cidades brasileiras, antes de ser depositada no Monumento da Independência, em São Paulo.
Neste sábado (20), no Porto, ocorreu aprimeira exposição aberta ao público do coração de Dom Pedro I. A exibição termina neste domingo, quando o coração será trazido para o Brasil.
Quando chegar ao país, o órgão será levado da Base Aérea de Brasília até a Praça dos Três Poderes “de modo silencioso”, segundo o Ministério das Relações Exteriores. Depois, o coração ficará “em repouso”, no Itamaraty, até ser exposto, com todas as honrarias.
“Como costuma ser uma cerimônia oficial de chegada, com as honras militares envolvidas no Palácio do Planalto e a subida da rampa, os hinos, o hino nacional e o hino da Independência que, aliás, é uma composição de Dom Pedro I que, além de imperador ,era um bom músico nas horas vagas”, diz Alan Coelho de Séllos.
No Palácio do Itamaraty, o coração ficará na sala Santiago Dantas, que é climatizada. Ele estará dentro de uma cripta.
No mesmo local, uma exposição, em forma de “linha do tempo”, mostra a vida e o legado de Dom Pedro I. A mostra foi organizada pela Biblioteca Nacional com a colaboração do Museu Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Fonte: G1