O Ceará tem 77 açudes com volume inferior a 30% e apenas um reservatório com volume acima de 90%. Os dados são referente aos 155 reservatórios monitorados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), com dados atualizados até a manhã desta terça-feira (4).
De acordo com a Cogerh, único açude com volume acima de 90% é o Caldeirões, na cidade de Saboeiro, na Região Centro-Sul. O reservatório se encontra com volume de 90,45%.
Os maiores açudes do Ceará seguem em situação crítica. O Castanhão, principal reservatório a abastecer a Grande Fortaleza, tem apenas 8,10% da capacidade máxima. É o pior nível desde o dia 24 de março de 2020 quando atingiu 7,07% de sua capacidade.
Já o Orós, segundo maior açude do estado, tem 22,49% do volume máximo. O Banabuiú está com 8,21%.
Chuvas da pré-estação
Os meses de dezembro e janeiro marcam a pré-estação chuvosa no Ceará. Como o próprio nome diz, ela antecede o principal período de chuvas no Estado, que vai de fevereiro a maio. A previsão é de poucas chuvas no início desse período.
De acordo com dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a média para o bimestre é de 130,3 milímetros, sendo 31,6 mm correspondentes às chuvas em dezembro e 98,7 mm, em janeiro. A qualidade das precipitações nesta época não tem relação com o resultado dos meses seguintes, como explica a gerente de Meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto.
“Uma boa pré-estação chuvosa não significa necessariamente uma boa estação chuvosa. Um exemplo recente. Janeiro de 2016. Muita chuva aqui no Ceará. Isso é um exemplo que chuva em pré-estação não significa necessariamente uma boa estação chuvosa”, afirmou.
Em janeiro, as precipitações costumam ser decorrentes da influência de frentes frias que alcançam o Estado da Bahia e provocam formação de áreas de instabilidade e nuvens de chuva, principalmente, no sul do Ceará.
Além das frentes frias, o período também é caracterizado pela atuação dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCANs) e dos Cavados de Altos Níveis (CANs), que dependendo do seu posicionamento provocam chuvas no Ceará.
Durante a quadra chuvosa, o principal sistema indutor de chuvas no Ceará é a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). A ZCIT são nuvens que circundam a faixa equatorial do globo terrestre, formada principalmente pela confluência dos ventos alísios do Hemisfério Norte com os ventos alísios do Hemisfério Sul.