Os candidatos ao Governo do Estado já receberam mais de R$ 11,3 milhões do Fundo Eleitoral para o financiamento das campanhas no Ceará. Os valores estão concentrados em apenas três das seis candidaturas apresentadas ao pleito.
Candidato do PDT, Roberto Cláudio recebeu a maior fatia do Fundão até o momento: R$ 5 milhões – 78% do total das suas receitas de campanha. Em seguida, aparecem Capitão Wagner (União), com R$ 4,8 milhões (99,68% do total das receitas), e Elmano de Freitas (PT), com R$ 1,5 milhão (71% do total das receitas). Em todos os casos, as verbas foram enviadas pelos diretórios nacionais dos partidos.
Quando consideramos também as doações de pessoas físicas, as receitas de campanha dos candidatos saltam dos atuais R$ 11,3 milhões para R$ 13,3 milhões. Os valores também estão distribuídos entre os três principais nomes no páreo. Não há informações sobre valores recebidos de qualquer natureza pelos candidatos Serley Leal (UP), Chico Malta (PCB) e Zé Batista (PSTU).
Os dados constam nas receitas e despesas dos candidatos informadas à Justiça Eleitoral até o momento, disponíveis no Divulgacand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Individualmente, cada candidato pode gastar até R$ 11,5 milhões com a campanha no primeiro turno. Por isso, eles ainda podem receber mais recursos das agremiações ou de doações.
GASTOS
Ao todo, os aspirantes do União Brasil, PDT e PT já gastaram, juntos, mais de R$ 5,2 milhões com campanha até o momento. As principais despesas são com empresas de impressão de material gráfico, táxi aéreo, produção de programas eleitorais e impulsionamento de conteúdos.
Dos três candidatos, Capitão Wagner é o que mais gastou até o momento – R$ 4 milhões, que representam 83% do total recebido. No caso dele, os três maiores gastos estão concentrados em impressão de santinhos e adesivos (R$ 1,3 milhão), táxi aéreo (R$ 720 mil) e com atividades de militância e mobilização de rua (R$ 570 mil).
Segundo com maior despesa até o momento, Roberto Cláudio acumula R$ 864 mil investidos na campanha, sendo os maiores gastos com produção de conteúdo para propaganda eleitoral no rádio, TV e vídeo (R$ 500 mil), impulsionamento de conteúdos em redes sociais (R$ 162 mil) e impulsionamento no Google (R$ 105 mil).
Já Elmano de Freitas gastou, até agora, R$ 398 mil com a campanha. Desse montante, R$ 133 mil foram destinados para confecção de bandeiras, R$ 87 mil para pesquisas eleitoral e R$ 78 mil para adesivos e botons.
FUNDO ELEITORAL
Criado em 2017 pelo Congresso Nacional, o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), também conhecido como Fundo Eleitoral ou Fundão, é a principal fonte de receitas para o custeio das campanhas eleitorais. Neste ano, os recursos somam R$ 4,9 bilhões, distribuídos entre os 32 partidos políticos existentes no Brasil.
O valor destinado a cada agremiação é calculado com base na representatividade política dos partidos no Congresso Nacional. Com a fusão do DEM e do PSL para formar o União Brasil, a legenda acabou ficando com a maior parte dos recursos – R$ R$ 776,5 milhões, seguido pelo PT (499,6 milhões) e MDB (R$ 360,3 milhões).
O Fundo Eleitoral foi criado para compensar o fim do financiamento privado, estabelecido em 2015 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, a verba também deveria ajudar a custear novas candidaturas que contam com poucos recursos. No entanto, boa parte do valor continua sendo destinada a postulantes com alto poder aquisitivo e caciques políticos.
Pela lei, 30% da verba do FEFC deve ser destinada às candidaturas femininas.
Fonte: Diário do Nordeste