O aumento de casos confirmados de Covid-19, com o avanço da variante ômicron, além do crescimento da Influenza no Ceará, vem afetando áreas do turismo e reduzindo a presença de turistas do estado. Empresários que lideram o setor turístico cearense afirmam que as síndromes gripais têm provocado cancelamentos de hospedagens e voos, além de baixas nas suas equipes de funcionários.
A Fraport Brasil, que administra o Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, informou, no início da semana, que 94 voos com destino ao Ceará foram cancelados na capital só em 2022. Os cancelamentos vêm ocorrendo em todo o Brasil por causa de tripulantes de companhias aéreas que estão ficando doentes, com a Covid-19 ou a Influenza A.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Ceará (Abav-CE), Murilo Santa Cruz, a chegada da variante ômicron foi como um “balde de água fria” no setor, que estava com expectativa de retomar os negócios a todo vapor neste ano.
“O setor está sofrendo muito com cancelamentos de voos, práticas de overbooking, mas o que a gente observa é que as pessoas não estão se intimidando com essa nova variante. Não tem tido cancelamento por parte dos passageiros, dos turistas, dos clientes. Está tendo problema com a malha aérea, com os voos cancelados porque a tripulação testou positivo”, analisa.
Murilo acrescenta a dificuldade no desenvolvimento do turismo de cruzeiros marítimos. Alguns deles apresentaram surtos de Covid-19 entre dezembro e janeiro, e a Anvisa já recomendou a suspensão total da temporada. “A indústria de cruzeiros é muito bem organizada, se isso acontecer, vai deixar um prejuízo irreparável”, diz.
Ocupação abaixo da esperada
Régis Medeiros, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (Abih-CE), também considera que a expectativa vinha caminhando de forma positiva, até a chegada da variante ômicron e da Influenza no Ceará.
“Sem nenhuma dúvida está nos abalando. Nossas expectativas eram de que a ocupação em hotéis chegasse a 80%, mas já tá na casa dos 73%, isso previsão tirada na última segunda-feira, e ainda pode cair um pouco mais, porque tá tendo cancelamentos, e as pessoas começam a se preocupar e não querem viajar”, considera. Isso tudo, segundo ele, é um fator externo.
Internamente, os hotéis também estão sofrendo com baixas dos próprios colaboradores, que estão contraindo a Covid-19 ou a Influenza, após o aumento de casos de ambas as infecções virais no Ceará. “Todos os setores estão passando por isso. Os colaboradores estão ficando doentes e têm que se afastar”, argumenta.
Segundo Medeiros, há hotéis que estão com até 30% dos funcionários internos afastados por causa de doenças respiratórias. Ele também acrescenta que as alterações nos horários e dias de chegada também afetam o setor.
Via: G1