A Justiça Estadual decidiu levar a julgamento dez acusados de matar, em dezembro de 2019, o então prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto, o ‘João do Povo’. Quatro réus foram impronunciados e outros três, absolvidos sumariamente. O julgamento ainda não tem data para ocorrer.
Entre os réus estão o ex-vice-prefeito da cidade, Ticiano da Fonseca Félix, o “Ticiano Tomé”, que assumiria a prefeitura municipal de Granjeiro após o homicídio; o pai dele, Vicente Félix de Sousa, “Vicente Tomé”, que já foi prefeito do município; e o tio, José Plácido da Cunha. Os três foram apontados como autores intelectuais do crime.
Documentos e aparelhos celulares encontrados em endereços do pai do prefeito de Granjeiro afastado também foram apreendidos e analisados na época pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).
O ex-policial militar Mayron Myrray Bezerra Aranha, que teria coordenado o homicídio, também será julgado. A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) demitiu o agente de segurança em maio de 2020. O cabo da PM é apontado como coordenador da execução do plano que levou a morte do prefeito.
Em agosto de 2020, o Poder Judiciário aceitou denúncia contra 17 pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato de João Gregório. A ação penal por homicídio qualificado tramita em segredo de Justiça.
Vicente Félix de Sousa saiu da cadeia em fevereiro de 2021e passou a cumprir prisão domiciliar. Ele estava preso na Penitenciária Industrial e Regional do Cariri (PIRC). Vicente Tomé passou a cumprir prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica em cumprimento a uma decisão judicial.
Vicente Tomé foi prefeito de Granjeiro por duas vezes. Em 2014, a Justiça o condenou por desvios na saúde e na educação, e o tornou inelegível por seis anos. Foi Vicente quem indicou o filho Ticiano, que nunca tinha sido nem vereador, para ser vice na chapa de João do Povo.
Fonte: G1