A terceira onda da Covid-19 no Ceará já está acontecendo. Gráficos disponibilizados pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) na plataforma IntegraSUS confirmam este momento agudo e apontam para um cenário diferente dos anteriores. Enquanto o número de casos confirmados da doença sobe de forma abrupta diariamente, os índices de mortes crescem mais lentamente, o que garante uma baixa letalidade.
O g1 reuniu uma série de dados públicos que demonstram o cenário atual da pandemia de Covid-19 no estado. Veja por tópicos:
- Número de casos confirmados e recordes dos últimos dias;
- Número de óbitos e crescimento da curva;
- Ocupação de leitos de UTI e enfermaria em unidades de saúde;
- Atendimentos em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Fortaleza;
- Positividade e procura por testes;
- Cenário da vacinação no estado;
- O que ainda é restrito.
1. Casos confirmados e recordes dos últimos dias
Só em janeiro deste ano, já foram confirmados 22.377 casos de Covid-19 no Ceará, conforme a Secretaria da Saúde. Os números vêm crescendo desde dezembro de 2021, conforme a pasta, em decorrência da variante ômicron, que já é a majoritária no estado. Atualmente, a variação responde por 94% dos testes positivos que detectam o coronavírus.
De acordo com o consórcio dos veículos de imprensa, a média móvel de casos saiu de 271 por dia, em 6 de janeiro, para 2.617 nesta quarta-feira (19). Os números seguem a tendência do Brasil, que registrou pela primeira vez desde o início da pandemia, mais de 200 mil casos de Covid em 24 horas
2. Número de óbitos e crescimento da curva
Enquanto os índices de casos sobem rapidamente, os indicadores de óbitos provocados pela doença também crescem, contudo mais lentamente. Isso é observado a partir das taxas de letalidade da Covid-19. Ela avalia o número de mortes em relação às pessoas que tiveram a doença. No acumulado da pandemia, o índice está em torno de 2,5. Em janeiro, ele caiu para 0,5.
Apesar disso, os números dos primeiros 19 dias deste mês já são os maiores desde agosto de 2021, quando foram registradas 162 mortes.
O Ceará registrou as primeiras mortes por Covid-19 em no final de 2020, desde então o estado contabiliza 24.942 óbitos pela doença e de 982.377 casos. O mês mais letal da doença foi maio de 2020, com um total de 4.254 óbitos; seguido de abril de 2021, na segunda onda da pandemia, quando estado registrou 3.827 mortes por Covid-19.
3. Ocupação de leitos de UTI e enfermaria
O número de pacientes internados com Covid-19 em enfermarias e UTIs públicas do Ceará mais do que dobrou em apenas duas semanas. Os índices vêm crescendo desde meados de dezembro. Em 4 de janeiro deste ano, 275 pessoas necessitavam de auxílios médicos em unidades do SUS no estado. Duas semanas depois, nesta terça-feira (18), o número saltou para 572.
Um dia depois, nesta quarta-feira (19), já eram 700 pessoas, sendo 149 em UTIs e 551 em enfermarias. Os números acabam lotando as unidades de saúde que dispõem de espaços para receber pessoas com Covid-19, especialmente em Fortaleza.
Embora o IntegraSUS aponte que o índice na capital de ocupação de UTIs públicas esteja em 78,38% e de enfermarias, 82,76%, há hospitais que ainda não estão atuando com sua capacidade máxima. Em alguns, já há ocupação total dos leitos disponíveis.
O Hospital de Messejana Carlos Alberto Studart Gomes (HM), o Hospital Geral Dr. Waldemar de Alcântara (HGWA) e o Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, estão saturados, com todos os leitos de UTI e enfermaria ocupados.
A ocupação também preocupa unidades infantis, como o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), que está com toda a sua enfermaria lotada e dispõe de apenas um leito de UTI. Desta forma, a UTI Neonatal do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC) também está saturada. O governador Camilo Santana (PT) anunciou a abertura de 452 leitos para garantir assistência à população nesta terceira onda.
4. Atendimentos em UPAs de Fortaleza
Desde o início do ano, em quase todos os dias foram mais de mil atendimentos por síndrome gripal em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza. A única exceção foi no dia 2 de janeiro, com 911 atendimentos.
O pico deste ano foi nesta terça-feira (18), com 1.834 atendimentos por sintomas gripais. Só em janeiro, já foram 26.514 serviços realizados; uma média diária de 1.395 atendimentos.
5. Positividade e procura por testes
A positividade anotada pela Secretaria da Saúde com relação aos testes feitos em janeiro deste ano está em torno de 44,82%. Ou seja, a cada 100 exames realizados, cerca de 45 detectam a presença do coronavírus.
Via: G1
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