A Argentina está aliviada. A tensão que sucedeu a derrota surpreendente para a Arábia Saudita, na estreia da Copa do Mundo, virou êxtase com os gols de Lionel Messi e Enzo Fernández que deram a vitória por 2 a 0 sobre o México, neste sábado, no Lusail, pela segunda rodada do Grupo C. Muito pressionado, o time de Lionel Scaloni não escondeu o nervosismo no primeiro tempo, mas contou com seu craque histórico para sair do sufoco: um dia depois de a morte de Diego Maradona completar dois anos, Messi igualou o ídolo em jogos (21) e gols (oito) nas Copas do Mundo. E, mais importante: deixou a Argentina a uma vitória simples sobre a Polônia de avançar às oitavas.
A Argentina deixa a lanterna do Grupo C e vai para a segunda colocação, com três pontos, mesmo número da Arábia Saudita, mas com vantagem no saldo de gols (1 contra -1). A Polônia é líder, com quatro, enquanto o México fica na lanterna, mas também dependendo de uma vitória por quatro gols de diferença sobre a Arábia para se classificar. A última rodada será na próxima quarta-feira, com Argentina x Polônia e México x Arábia Saudita, ambos às 16h.
Foi uma noite especial para o camisa 10 no momento de maior pressão nesta Copa. Messi teve um primeiro tempo tímido, mas decidiu com um golaço que abriu o placar e provocou o desafogo na seleção argentina. Neste sábado, o craque igualou o ídolo Maradona em jogos (21) e gols (oito) nas Copas.
PRIMEIRO TEMPO
A tensão estava no ar. Argentina e México fizeram um primeiro tempo cauteloso, tentando manter a posse de bola e controlar as principais armas do rival – atenção especial a Messi, claro. Com cinco mudanças, o time de Lionel Scaloni tentou investir mais pelos lados, com Montiel e Acuña tentando apoiar o trio Messi/Di Maria/Lautaro Martínez, mas com poucas chances diante da boa marcação adversária. Do lado do time de Tata Martino, não houve medo: a melhor chance, inclusive, foi mexicana, numa falta cobrada por Vega e muito bem defendida por “Dibu” Martínez. Fora isso, um primeiro tempo mais animado fora de campo – com festas (e algumas confusões) das duas torcidas – do que dentro dele. Apenas seis finalizações, três de cada lado, trouxeram alguma emoção.
SEGUNDO TEMPO
Messi teve a primeira chance de marcar aos seis minutos, em cobrança de falta na sua posição preferida, na entrada da área, mas mandou longe. A partir dos 15 minutos, a estratégia mexicana ficou mais clara: linhas baixas, bem próximas e congestionando a área de atuação de Messi – na frente, porém, Lozano e Vega tiveram de se virar sozinhos contra os zagueiros, sem grande sucesso. Scaloni tentou aumentar a qualidade do meio-campo argentino com Enzo Fernández no lugar de Guido Rodríguez. Depois, com Lautaro Martínez sumido, a promessa Julian Álvarez foi a opção. As estratégias, porém, acabaram quando Messi recebeu de Di María aos 18 minutos, na entrada da área e, num dos poucos momentos em que esteve livre, acertou uma tacada no canto esquerdo de Ochoa, vencendo o goleiro de cinco Copas – como ele próprio. O gol desestruturou o México, que ainda lançou o centroavante Raul Jímenez, mas simplesmente não conseguiu chegar ou levar perigo ao gol adversário.