O Ceará tem a quinta maior taxa de homicídios do Brasil, conforme o Monitor da Violência, levantamento exclusivo do g1 que compila os dados mês a mês, em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo o estudo, o Ceará fica atrás apenas de:
- Pernambuco (26,3 homicídios por 100 mil habitantes);
- Bahia (25,3);
- Alagoas (24,7);
- Amazonas (24,3).
O estudo mostra ainda que entre os 10 estados mais violentos do país, seis são nordestinos.
No Nordeste também houve a maior queda no número de homicídios no terceiro trimestre de 2022, com uma diminuição de quase de 5%. Foram mais de 700 mortes a menos, puxadas principalmente pela Bahia (-11% de mortes) e pelo Ceará (-8%).
Taxas por 100 mil habitantes
Veja abaixo as taxas de mortes por 100 mil habitantes de cada estado, da maior para a menor:
- Pernambuco: 26,3
- Bahia: 25,3
- Alagoas: 24,7
- Amazonas: 24,3
- Ceará: 24,2
- Rio Grande do Norte: 22,7
- Rondônia: 22,1
- Paraíba: 20,8
- Roraima: 20,2
- Pará: 19,6
- Tocantins: 19,2
- Maranhão: 18,9
- Mato Grosso: 18,8
- Espírito Santo: 18,4
- Amapá: 18,1
- Sergipe: 18,1
- Piauí: 18
- Acre: 16,1
- Paraná: 13,3
- Rio de Janeiro: 13,3
- Mato Grosso do Sul: 12,8
- Goiás: 12,4
- Rio Grande do Sul: 11,3
- Minas Gerais: 8,8
- Distrito Federal: 7,2
- Santa Catarina: 6,4
- São Paulo: 5,2
Dados nacionais
O número de assassinatos no país continua em queda em 2022, segundo o índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base nos dados oficiais dos estados e do Distrito Federal.
Foram 30,2 mil assassinatos nos primeiros nove meses deste ano, o que representa uma queda de 3% em relação ao mesmo período de 2021. Mesmo assim, o número é elevado: em média, 111 brasileiros foram assassinados por dia entre janeiro e setembro deste ano.
Estão contabilizadas no número as vítimas dos seguintes crimes:
- homicídios dolosos (incluindo os feminicídios)
- latrocínios (roubos seguidos de morte)
- lesões corporais seguidas de morte
Mesmo com a queda, os números do terceiro trimestre do ano acendem um alerta, pois eles mostram que a diminuição de assassinatos no país desacelerou.
Veja os principais destaques:
- Houve 30,2 mil assassinatos nos primeiros nove meses deste ano, mais de mil mortes a menos que no mesmo período de 2021;
- Na contramão do país, 11 estados registraram alta nas mortes;
- Amapá teve a maior queda: 34%;
- Rondônia teve o maior aumento nos crimes: 29%;
- A queda desacelerou no terceiro semestre do ano, período em que 17 estados tiveram alta de assassinatos.
Segundo especialistas do FBSP e do NEV-USP, o menor número de mortes é motivado por um conjunto de fatores, incluindo: mudanças na dinâmica do mercado de drogas brasileiro; maior controle e influência dos governos sobre os criminosos; apaziguamento de conflitos entre facções; políticas públicas de segurança e sociais; e redução do número de jovens na população.
A queda ao longo de 2022 até o momento está seguindo a mesma tendência do ano passado. Em 2021, o Brasil teve uma queda de 7% no número de assassinatos. Foram 41,1 mil mortes violentas intencionais no país no ano passado, o menor número de toda a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que coleta os dados desde 2007.
Fonte: G1