O Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará fechou com crescimento de 0,50% no terceiro trimestre de 2022 em relação a igual período do ano passado. O resultado, quando comparado com o trimestre imediatamente anterior deste ano (segundo trimestre) foi de alta de 0,14%. O acumulado em 2022 atinge 1,45% e nos últimos quatros trimestres, 1,35%. Os números estão no trabalho “PIB Trimestral do Ceará – 3º Trimestre de 2022”, que acaba de ser publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Ceará.
O Instituto também divulgou mais uma previsão do PIB para 2022 (quarta deste ano). A estimativa é que o índice fique em 2,10%. O crescimento esperado para o PIB estadual é inferior à expectativa divulgada em setembro de 2022 (2,94%). A previsão para o estado se mantém abaixo do projetado para economia brasileira, cuja taxa é de 3,05%, sendo superior à registrada em setembro (2,65%). Já o desempenho do PIB do Ceará para 2023 (primeira previsão) aponta para índice de 2,19%, que, caso se concretize, será superior ao previsto para a economia nacional, de 0,75%.
O PIB Brasil, no terceiro trimestre deste ano, foi de 3,6%, isso em relação a igual período de 2021, e de 0,4% quando comparado com o segundo trimestre/2022. O acumulado no ano é de 3,2% e nos últimos quatro trimestres totaliza 3.0%. Por setores, o melhor desempenho do índice nacional ficou com Serviços, com 4,5%, seguido pelo setor Agropecuária, com 3,2%, e Indústria, com 2,8%, isso em relação ao terceiro trimestre de 2021. Já com relação ao trimestre imediatamente anterior (segundo trimestre deste ano), a Agropecuária apresentou queda: -0,9%; Indústria ficou em 0,8% e Serviços com 1,1%.
Dentre os três segmentos do PIB cearense, o melhor desempenho ficou com o setor de Agropecuária, com 13,15% no terceiro trimestre de 2022 em relação a igual período de 2021. O Serviços apresentou evolução de 0,51%, enquanto a Indústria declinou, fechado em -5,97% no mesmo período. Já com relação ao período anterior, ou seja, terceiro trimestre comparado com o segundo trimestre, os resultados foram: Agropecuária com 4,29%; Indústria 0,34% e Serviços -0,84%. O levantamento do PIB foi realizado por Nicolino Trompieri (coordenador), Witalo Paiva e Alexsandre Lira, e José Freire Júnior, todos analistas de Políticas Públicas, e pela assessora técnica, Cristina Lima, da Diretoria e Estudos Econômicos (Diec) do Ipece.
Análise dos Setores
O setor agropecuário do Ceará registrou crescimento de 13,15% no terceiro trimestre de 2022 na comparação com igual período do ano anterior. O terceiro trimestre do ano configura-se como o maior período de colheita, quando o ano é considerado bom para a produção agrícola. Os produtos das atividades da agricultura que mais influenciaram o crescimento do setor agropecuário no terceiro trimestre de 2022 foram produção de milho, mandioca, banana, melão e pimentão. A atividade de rebanho de bovino, após o período de seca, aos poucos vem crescendo. Galináceo indica crescimento de 11,4% e a produção de ovos taxa de 5,7% no terceiro trimestre de 2020, comparado ao mesmo período de 2021. O Ceará atualmente é o maior produtor de ovos do Nordeste. Destaque também para a produção de leite (4,9%). A indústria de laticínios do Ceará vem incentivando e demandando cada vez mais a produção de leite no Ceará.
No terceiro trimestre de 2022, a Indústria Geral no Ceará registrou nova retração de -5,97% na comparação com igual período do ano anterior. O resultado se constitui no terceiro recuo seguido em relação a 2021. No ano, a produção da indústria acumula uma queda de -6,05%. Como tem sido comum ao longo do ano, o desempenho do setor é explicado principalmente pela atividade de Eletricidade, Gás e Água. No terceiro trimestre a atividade registrou uma queda de -24,63% em relação ao mesmo período do ano anterior. Outra contribuição negativa veio, novamente, do recuo de -3,15% na Indústria de Transformação, na mesma base de comparação. Na direção oposta, a atividade de Construção continuou apresentando resultados positivos. Entre os meses de julho a setembro, o segmento experimentou um novo crescimento, com taxa de 7,34% em relação a iguais meses do ano passado. O atual resultado dá sequência à expansão registrada no início do ano, fazendo com a atividade acumule, até setembro de 2022, uma expansão de 5,29% na comparação com igual período de 2021.
O setor de serviços cearense registrou um crescimento no terceiro trimestre de 2022 de apenas 0,51%, terceira variação positiva consecutiva no ano. No primeiro trimestre, o setor apresentou alta de 4,15% e no segundo trimestre elevação de 3,15%, ambos na comparação com os mesmos trimestres de 2021. De acordo com o documento, a principal razão para esta desaceleração no ritmo de crescimento do setor de serviços está na queda no valor adicionado bruto da atividade de comércio de 5,72%, em função especialmente do decréscimo nas vendas de materiais de construção; móveis; outros artigos de uso pessoal; veículos, motocicletas, partes e peças, além de tecidos, vestuário e calçados, no período.
Outras atividades apresentaram um bom desempenho, revelando uma nítida aceleração no crescimento já observado no ano passado, como é caso dos serviços de alojamento e alimentação, que registraram crescimento de 7,97%, no 3T21 e passaram a verificar alta de 18,65% no terceiro trimestre de 2022 (3T22) e os outros serviços, formado principalmente pelos serviços prestados às famílias que haviam registrado alta de 5,88% no 3T21 e passou a registra alta ainda mais expressiva de 9,99%no 3T22. Algumas atividades registraram desaceleração no ritmo de crescimento, como é o caso dos transportes, antes (14,09%) e agora (4,39%); administração pública, anteriormente (5,18%) e agora (0,95%) e intermediação financeira, antes (3,36%) e agora (0,54%).
ÍNDICE
O PIB é um indicador que mostra a tendência do desempenho da economia cearense no curto prazo. Além do Ceará, mais sete estados brasileiros realizam o cálculo de sua economia trimestralmente: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo, que utilizam a mesma ponderação das Contas Regionais. É calculado com base nos resultados dos três setores, Agropecuária, Indústria e Serviços, e desagregados por suas atividades econômicas. É importante ressaltar que, como indica somente uma tendência de crescimento ou arrefecimento da economia, suas informações e resultados são preliminares e sujeitos a retificações, quando forem calculadas as Contas Regionais definitivas, em conjunto com o IBGE e as 27 Unidades da Federação.
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