O setor de teleatedimento – que já foi um dos maiores empregadores do país principalmente de jovens em primeiro emprego – foi o que mais fechou postos de trabalho com carteira assinada em 2022, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Jogaram contra o setor a conjuntura econômica e o avanço do atendimento por robôs, além de novas regulamentações que proibiram ou limitaram ligações para os consumidores.
Em 2022, o saldo de vagas em teleatendimento foi o pior desde pelo menos 2007, segundo levantamento da LCA Consultores, com fechamento de 35.583 postos. As ocupações incluídas nessa atividade são operadores de telemarketing ativo, receptivo e técnico.
Entre as atividades de teleatendimento consideradas pelo Caged estão atendimento a clientes por telefone, SAC, call center, contact center e telemarketing.
O setor vinha com números positivos até 2014, à exceção de 2013. Porém, a partir de 2015, houve perda de postos todos os anos, até 2019, totalizando mais de 80 mil empregos cortados em 5 anos. Enquanto entre 2007 e 2014, o saldo foi de 134.925 postos criados, entre 2015 e 2022 foram fechadas 66.567 vagas.
Retomada na pandemia
Já os anos de 2020 e 2021 viram um respiro na criação de vagas – com a pandemia, a necessidade de isolamento social trouxe a demanda pelo contato telefônico e digital. Com isso, o saldo de vagas voltou a ficar positivo, totalizando 49.151 postos de trabalho na soma dos dois anos.
Da mesma forma, o estoque de empregos formais (quantidade total de vínculos com carteira assinada) também sofreu uma redução significativa.
Tendência
Bruno Imaizumi, economista responsável por reunir os números, aponta que a redução de postos vem desde 2015, com uma mudança pontual de rumo durante a pandemia.
“O movimento que vinha ocorrendo até antes da pandemia é explicado por algumas mudanças tecnológicas e jurídicas. Houve avanço do atendimento via robôs, proibição das ligações para números cadastrados e restrição de ligações em horários tardios. Estruturalmente, houve mudanças nos canais de propaganda, com marketing indo mais para rede sociais”, explica.
Segundo ele, durante a pandemia, boa parte das vendas passaram a ser pelo e-commerce e houve uma forte necessidade de um atendimento personalizado.
Por: G1