Em pouco mais de dois anos e meio, o Pix colocou o Brasil no topo quando o assunto é pagamentos instantâneos. De acordo com o recente estudo Prime Time for Real-Time Report, uma parceria da ACI Worldwide (empresa da área de sistema de pagamentos) com a GlobalData (empresa de análise e consultoria de dados), o país foi a segunda nação que mais utilizou meios de pagamentos instantâneos no ano passado, com 29.2 bilhões de transações. À frente, apenas a Índia, cujas operações somaram 89.5 bilhões.
Segundo o trabalho, o crescimento do uso dos serviços de pagamento instantâneo no Brasil entre 2022 e 2021 atingiu expressivos 228.9% – na líder em quantidade de transações Índia, por exemplo, esse número ficou em 76.8%.
“Ao mostrar um panorama internacional, o trabalho evidencia o quanto o Pix é uma política pública bem-sucedida e que está impactando positivamente a sociedade, trazendo eficiência e redução de custos para o país, e transformando a vida de milhões de pessoas e empresas. Apesar de mais recente do que pagamentos instantâneos de outros países, a adoção e o uso do Pix já deixam o Brasil como um dos líderes absolutos do setor”, afirmou Mayara Yano, assessora sênior do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro (Decem) do Banco Central.
Completam a lista dos maiores mercados globais em quantidade de transações de pagamentos instantâneos em 2022, de acordo com o levantamento, a China, com 17.6 bilhões de transações (crescimento de 0.9%), a Tailândia, com 16.5 bilhões de transações (crescimento de 63.4%) e a Coreia do Sul, com 8 bilhões de transações (crescimento de 9.6%)
Os números coletados colocam o Brasil como responsável por 15% do total de pagamentos instantâneos feitos no ano passado em todo o mundo.
“O estudo compartilha experiências e lições de outros países, o que possibilita aperfeiçoamentos nos sistemas já existentes, além de estimular outros países a implementar o serviço de pagamentos instantâneos. Ele também coloca luz sobre o potencial futuro de interconexões entre os diversos sistemas, sendo uma alternativa a pagamentos transfronteiriços, aumentando a eficiência, reduzindo custos e melhorando a usabilidade dessas transações”, afirmou Breno Lobo, consultor no Decem.
Otimismo
Em 2022, no ranking de transações por pessoas maiores de 15 anos por mês, o Brasil, com resultado de 14,2, ocupou 1º lugar na América Latina e a 4ª posição no panorama global. As três primeiras posições ficaram com Tailândia (23), Bahrain (19,1) e Coreia do Sul (14,7).
No curto prazo, o trabalho também traz a projeção de números ainda mais favoráveis para o Pix. De acordo com o Prime Time for Real-Time Report, a média de transações mensais do Pix por pessoa de 15 anos ou mais vai subir para 51,8 em 2027, deixando o Brasil na segunda posição nesse tipo de comparação – atrás apenas do Bahrain, cuja estimativa é que esse índice fique em 83,3 em quatro anos.
No que diz respeito aos pagamentos instantâneos como um todo, os números mostram que eles foram responsáveis por 195 bilhões de transações em 2022, 63,2% a mais do que um ano antes. A previsão é de que, em 2027, esse número chegue a 511,7 bilhões e que eles representem 27,8% de todos os pagamentos eletrônicos no mundo.
“O levantamento evidencia como o Pix foi rapidamente abraçado pela sociedade brasileira e como o Banco Central teve papel fundamental nesse processo. Ainda há muito potencial a ser explorado. Por isso, o BC trabalha constantemente no desenvolvimento de novas funcionalidades”, completou o consultor. Entre as melhorias previstas para o serviço para este ano, estão o Pix automático, que viabilizará pagamentos recorrentes de forma mais eficiente, a ampliação da capacidade de processamento e aperfeiçoamentos contínuos de segurança.