Pacientes com leucemia estão sem remédio para tratamento da doença no Ceará. A falta do medicamento atinge ainda outros 11 estados e o Distrito Federal.
Morador do Crato, o estudante Geovane Bruno Vidal, de 13 anos, foi diagnosticado com a leucemia mieloide crônica em janeiro de 2021 e precisou ficar dois meses internado. Agora se tratando em casa, o adolescente está com o tratamento interrompido há onze dias por falta do medicamento Imatinibe.
“Uma caixa do remédio custa R$ 1.800,00. A gente já foi na Secretaria de Saúde, também em Juazeiro e Barbalha, e não tem”, disse Ana Kele Bruno, mãe do menino.
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) afirmou que aguarda o envio do medicamento pelo Ministério da Saúde, órgão responsável pela aquisição do Imatinibe. Ainda segundo a Sesa, a previsão do Ministério é o que medicamento chegue na primeira quinzena de fevereiro para ser distribuído aos pacientes assim que chegar ao estado.
Riscos com a falta de remédio
A médica Brena Tavares ressaltou a importância do uso dos medicamentos no tratamento do câncer e mostrou preocupação com a ausência do medicamento nos hospitais do estado pelo risco de agravamento da doença nos pacientes.
“Nós tivemos uma evolução muito grande no tratamento da leucemia mieloide crônica com alguns medicamentos que foram introduzidos no rol de tratamento. Principalmente em uma situação em que a única opção para o paciente era o transplante de medula óssea. Então esses medicamentos vieram revolucionar esse tratamento. Com a falta desse medicamento o paciente pode passar da fase crônica para a fase aguda, fazendo a doença voltar”, alerta.
O Ministério da Saúde foi procurado para comentar a falta do remédio, mas até a publicação da matéria, o Sistema Verdes Mares não havia recebido resposta.