O Hospital Regional do Cariri realizou na quarta-feira (3), a primeira ação de sensibilização para doação de órgãos. O evento contou com a participação da Central de Estadual de Transplantes (CET), do Instituto Banco de Olhos do Ceará (Iboc), da Organização de Procura de Órgãos do Cariri (OPO), além de familiares de doadores, receptores e representantes de instituições da sociedade civil.
A iniciativa visou conscientizar sobre a importância de levar informações válidas para a comunidade e, com isso, sensibilizar sobre o ato de solidariedade. A negativa familiar é um dos principais motivos para a não realização de doações em casos de morte encefálica no Cariri.
Na ocasião, o público aprendeu acerca dos trâmites, da efetivação do transplante e dos principais mitos relacionados. Segundo Eliana Barbosa, coordenadora da CET, “esse processo inicia e termina com a sociedade, que oferece os órgãos e também acaba se beneficiando. Hoje, eu sou doadora, mas amanhã, eu ou algum familiar meu podemos estar numa lista de espera”.
Como se tornar um doador de órgãos
Atualmente, o Ceará tem cerca de 1.363 pessoas na fila de espera por um transplante. Os órgãos que podem ser transplantados no Ceará são: rim, fígado, córneas, pâncreas, coração e pulmão. Um único doador pode salvar até seis vidas.
Na ocasião, o público aprendeu acerca dos trâmites, da efetivação do transplante e dos principais mitos relacionados ao assunto
Para doar, basta que a pessoa deixe a família ciente do seu desejo. Caso algo aconteça e essa pessoa chegue a sofrer uma morte encefálica, a família é quem vai autorizar a doação.
Depoimentos
Geraldo Feitosa passou por um transplante de coração há cerca de oito anos e falou sobre sua experiência. “A família ter permitido a doação do órgão de um ente querido seu foi o que me fez estar vivo hoje. Se eu não tivesse recebido um coração, eu teria morrido, e isso é uma emoção muito grande, difícil até de descrever. O que temos a dizer é: por favor, dê vida a quem precisa. Mesmo sabendo que a dor é forte, vai valer a pena”, declarou.
Cícera Luna falou sobre a doação de córneas do seu filho, de apenas 16 anos, morto há cerca de dois meses. Ela emocionou os presentes ao falar sobre a trajetória do garoto que ajudava a todos. Isso foi o que a fez tomar a decisão de continuar ajudando outras pessoas.
Quanto à participação no evento, Luna comentou que pôde observar e ver pessoas que receberam doações, que estão na fila de espera torcendo para que um dia possam voltar a uma vida normal, e familiares de doadores como ela. “Essa união, esse momento pode levar alguém a mudar de opinião, a ver a doação de órgãos como um verdadeiro ato de amor”, afirmou.