Os influenciadores Lucas Picolé, Mano Queixo e Isabelly Aurora levavam uma vida de luxo e exposição nas redes sociais. Acumulando centenas de milhares de seguidores, os influencers movimentaram mais de R$ 5 milhões em apenas um ano e são suspeitos de fraude na venda de rifas pela internet. Veja quem são.
Lucas Picolé e Mano Queixo foram presos na quarta-feira (28), após uma investigação da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) apontar que os influenciadores ofereciam carros, motos e dinheiro em espécie nas redes sociais por meio de rifas.
No entanto, os sorteados eram amigos ou conhecidos dos influenciadores e os carros, após os sorteios, voltavam para eles.
Usando humor, os influenciadores divulgavam as rifas diariamente em seus perfis, vendendo a participação no sorteio por R$ 0,50 e R$ 1,00.
Com mais de 300 mil seguidores, João Lucas da Silva, o Lucas Picolé, é dono de uma loja de itens de luxo na Zona Leste de Manaus. Com o nome “Menino de Ouro” em sua conta – que foi desativada a pedido da Justiça do Amazonas – o influenciador ostentava carros importados e roupas de grife.
Segundo a polícia, o suspeito se passava como uma referência para meninos da periferia.
Enzo Felipe da Silva, conhecido como Mano Queixo, também acumulava centenas de seguidores antes de ter as redes sociais suspensa. O influenciador foi preso na casa de Lucas Picolé e assim como o amigo, também divulgava a fraude de rifas na internet.
Já Isabelly Aurora é conhecida por divulgar viagens e carros de luxo para os seus mais de 350 mil seguidores. Um dos veículos, que foi apreendido, era usado no sorteio nas redes sociais da influenciadora. Ela não foi presa.
Em algumas ocasiões, Isabelly e Lucas Picolé apareciam juntos fazendo brincadeiras, para divulgar os sorteios.
“Ele conseguia angariar os seus seguidores com aquela atuação de cunho humorístico, tanto ele como a Isabelly. Eles acabavam assim tendo muitos seguidores que acabavam caindo no golpe”, disse delegado Cícero Túlio.
Um dos principais indícios é que um ganhador de um dos sorteios levou 10 motos de uma vez só, em maio deste ano.
No entanto, as investigações apontaram que o suposto vencedor comprou os veículos 15 dias antes do sorteio e o dinheiro teria sido dividido entre ele e Lucas Picolé, o responsável pela rifa.
“As motocicletas já se encontravam em nome dessa pessoa que figurou como ganhador antes do sorteio ter sido realizado. E isso é um forte indício de que há um esquema fraudulento, inclusive no resultado, na manipulação dos resultados de sorteios”, disse o delegado Cícero Túlio, titular do 15º DIP.
O dinheiro das vendas caía na conta da cunhada de Lucas Picolé. A mulher, suspeita de atuar na lavagem de dinheiro, é funcionária da Prefeitura de Manaus. Ela foi presa por receptação de produtos falsificados e solta em audiência de custódia.
O executivo municipal informou à Rede Amazônica que exonerou a servidora e que não tinha conhecimento sobre as supostas atividades ilegais cometidas por ela.
Em nota, a defesa dos influencers afirmou que a prisão não se baseia em hipótese legal que justifique o encarceramento e que os fatos serão esclarecidos.
G1