A economia brasileira gerou 157,19 mil empregos com carteira assinada em junho deste ano, informou nesta quinta-feira (27) o Ministério do Trabalho e Emprego.
A informação consta do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e representa o saldo líquido (contratações menos demissões) da geração de empregos formais.
Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas em junho:
1,914 milhão de contratações;
1,756 milhão de demissões.
O resultado representa queda em relação a junho do ano passado, quando foram criados 285 mil empregos formais. O recuo foi de 45% nesta comparação.
Em junho de 2020, em meio à pandemia da Covid, foram fechados 53,59 mil postos de trabalho e, no mesmo mês de 2021, foram abertas 317,87 mil vagas formais.
A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada porque o governo anterior mudou a metodologia.
Parcial do ano
De acordo com o Ministério do Trabalho, 1,02 milhão de vagas formais de emprego foram criadas no país nos seis primeiros meses deste ano.
O número representa recuo de 26,3% na comparação com o mesmo período de 2022, quando foram criadas 1,38 milhão de empregos com carteira assinada.
Ao final de junho de 2023, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 43,46 milhões de empregos com carteira assinada.
O resultado representa aumento na comparação com maio deste ano (43,31 milhões) e com junho de 2022 (41,81 milhões).
Setores
Segundo os dados, o maior crescimento do emprego ocorreu no setor de Serviços, com um saldo de 76.420 postos formais, destaque para Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com saldo de +40.040 postos. A agropecuária foi o segundo maior gerador de postos no mês, com +27.159 empregos gerados, principalmente no cultivo de laranja (+6.002), especialmente em São Paulo (+4.939), e no cultivo de soja (+4.745), especialmente no Mato Grosso (+2.826).
A construção civil veio em seguida, gerando 20.953 postos, com destaque para obras de infraestrutura, com saldo de +9.106 e construção de edifícios, com saldo positivo de 6.084.
Com saldo de +20.554 postos, o comércio ficou em quarto lugar, seguido da indústria que gerou +12.117 vagas no mês. As vagas nesses setores ocorreram principalmente no comércio varejista de produtos farmacêuticos (+2.533) e na fabricação de produtos alimentícios (+8.425), respectivamente.
Regiões do país
O crescimento do emprego formal em junho foi verificado em 24 das 27 Unidades Federativas, com destaque para São Paulo, que gerou 36.418 postos (+0,3%) – principalmente nos serviços (+19.774) e agropecuária (+10.960); Minas Gerais, com +25.537 postos (+0,6%) – destaque para agropecuária (+9.215) e serviços (+7.936); e Rio de Janeiro, com +13.490 postos (+0,4%), com destaque para serviços (+9.031). Os menores saldos ocorreram na Paraíba (-223 postos), Rio Grande do Sul (-211 postos) e Roraima (-121 postos).
Salário médio de admissão
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 2.015,04 em junho deste ano, o que representa uma alta real (descontada a inflação) em relação a abril desse ano (R$ 2.002,57).
Na comparação com junho de 2022, também houve aumento no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 1.980,44.
Grupos Populacionais
No mês o saldo foi positivo para mulheres (+55.628) e para homens (+101.570). No que se refere à População com Deficiência, identificou-se saldo positivo de (+220) postos de trabalho saldo positivo também para pardos (+51.346), pretos (+10.029), amarelos (+155) e indígenas (+92), tendo sido negativo apenas para brancos (-4.474).
Caged x Pnad
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, isto é, não incluem os informais.
Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês passado mostram que a taxa de desemprego no Brasil foi de 8,3% no trimestre móvel terminado maio. Esse é o melhor resultado para a taxa de desemprego neste trimestre desde 2015.
G1