Inspiradas na luta das jogadoras da Seleção Brasileira de futebol feminino, as meninas do projeto Escolinha de Futebol Menina Olímpica, no Ceará, vão ganhando cada vez mais espaço, e a modalidade cresce, com maior visibilidade no Brasil e no mundo. Viabilizado pela Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), o Menina Olímpica tem como objetivo fomentar o futebol feminino na região e descobrir novos talentos para o esporte.
O projeto Menina Olímpica trabalha com o propósito de gerar oportunidades e fazer o futebol feminino crescer cada vez mais, além de realizar o sonho de 144 crianças, atendidas nos núcleos de Caucaia e Maracanaú. A escola realiza atividades dentro e fora do campo para concretizar o sonho das 144 alunas que fazem parte do projeto.
Ao longo de sua trajetória, o projeto já formou mais de 850 jogadoras de futebol, trabalhando na faixa etária de 5 a 17 anos. Do Menina Olímpica já foram revelados talentos, entre eles Raquel Ferreira Viana, campeã da Libertadores Feminina de Futebol 2020 como preparadora física do Ferroviária de Araraquara, campeã regional na categoria sub-17 e campeã estadual, como jogadora.
Também saíram do projeto Katrine Costa, lateral esquerda do Palmeiras (SP). A caminhada da atleta teve início em Fortaleza, no projeto Menina Olímpica. Marta Cintra, Benfica Portugal, Fátima Dutra, lateral esquerda do Torrense de Portugal, Taís Mota, meia do Pomfret School, no estado norte-americano de Connecticut, e estudante de biomedicina.
“Mais do que dar oportunidade de treinamento e desenvolvimento dentro do campo, oferecemos a oportunidade de ampliar o conhecimento. Por isso, priorizamos o estudo como critério fundamental e acompanhamos as notas junto aos pais. Nosso objetivo é estimular a prática esportiva saudável entre essas jovens e ainda proporcionar a descoberta de talentos para, no futuro, vermos algumas delas inseridas em projetos de rendimento. Nosso projeto é uma grande oportunidade para melhorar a qualidade de vida por meio do esporte”, afirmou o ex-jogador, coordenador-técnico do Projeto Menina Olímpica e presidente da Associação Menina Olímpica (AMO), professor Chagas Ferreira.
Para ele, o importante é que elas estão inseridas no grupo e observando o que está acontecendo, em uma experiência de vida. Elas também participam de palestras, projetos na área de meio ambiente, preservação, sexualidade, ações contra o racismo, entre outros. Um dos valores agregados ao desenvolvimento do projeto é a transformação da vida de crianças e adolescentes para que se tornem cidadãs de bens, além da possibilidade de crescimento pessoal. O Menina Olímpica também tem como foco gerar oportunidades em locais que estão em desenvolvimento como Caucaia, cidade a 17 km de distância de Fortaleza.
“Os projetos educacionais estão aparecendo mais, são os mais apresentados, os que mais captam recursos e os mais executados. Consequentemente atendem um maior número de beneficiários, e com isso chegamos lá na ponta. Outro ponto perceptível é a crescente demanda pelos projetos direcionados ao público feminino, como o Menina Olímpica, na modalidade futebol. No Brasil ainda existe a cultura do futebol ser praticado por meninos. Infelizmente, essa é a nossa cultura, mas está acontecendo uma mudança de cenário”, ressaltou a diretora de Programas e Políticas de Esporte do Ministério do Esporte, Michelle Vinecky.
Associação Menina Olímpica
A Associação Menina Olímpica (AMO) busca a inserção das mulheres na sociedade por meio do esporte. Idealizada em 2006 pelo ex-jogador Chagas Ferreira, trabalha com atletas de 8 a 35 anos. Como time profissional, disputa todos os campeonatos da Federação Cearense de Futebol nas categorias adulta, sub-20 e sub-17. A entidade também desenvolveu parcerias com o Fortaleza, em 2018, e com a Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará – EAMCE/Marinha do Brasil, de 2016 a 2018, para a formação de equipes.