O mês de setembro deste ano foi o mais quente para o período já registrado na história do Planeta Terra, segundo dados do Serviço de Mudanças Climáticas do observatório europeu Copernicus.
Entre janeiro e setembro, a temperatura média mundial ficou 1,4°C acima da média do período pré-industrial, na segunda metade do século 19.
A temperatura média do mês de setembro bateu o recorde de 2020, ficando 0,5ºC acima. O alerta também aponta que 2023 deve quebrar os recordes de temperatura atingidos em 2016.
Estudiosos indicam que as alterações climáticas, juntamente com o El Niño, que neste ano está mais forte, estão diretamente ligadas às temperaturas recordes.
Afinal, quais os possíveis impactos do El Niño para o Ceará?
O El Niño é um fenômeno climático que ocorre periodicamente no Oceano Pacífico Equatorial. Ele é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico, o que tem impacto significativo nos padrões climáticos ao redor do mundo, incluindo o Estado do Ceará.
No Ceará, o El Niño geralmente está associado a uma diminuição nas chuvas. Durante esse fenômeno, as águas aquecidas do Pacífico influenciam a circulação atmosférica, resultando em mudanças na distribuição das chuvas em diferentes regiões.
Durante o período de El Niño, as águas quentes do Pacífico deslocam-se em direção ao leste, alterando a posição da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é uma banda de nuvens e chuvas que circula a região equatorial da Terra e é responsável pela maior parte das chuvas na região Nordeste do Brasil, incluindo o Ceará.
De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), as precipitações tendem a se concentrar em áreas mais ao sul, deixando o Ceará e outras partes do Nordeste com registros abaixo da média.