Formado em enfermagem, o cearense Douglas Feitosa, 38 anos, começou a se interessar pelo empreendedorismo após um intercâmbio que fez no Canadá. De volta ao Brasil, Feitosa decidiu se formar em administração e entrar no mundo dos negócios. Hoje, ele é fundador da Escola de Empreendedores, que promove a conexão entre empreendedores nordestinos e grandes empresas e faturou R$ 500 mil entre janeiro e setembro de 2023.
Feitosa iniciou a sua trajetória no empreendedorismo com a técnica de cliente oculto, com a qual teve contato durante o intercâmbio. “Trabalhando na área, percebi que muitos empreendedores tinham interesse em conhecer empresas a nível nacional”, conta. A experiência pessoal, realizando viagens em diversas regiões do mundo, de São Paulo e Manaus até Vale do Silício e Hong Kong, também o fez perceber a importância de conhecer diferentes ecossistemas de inovação para o crescimento pessoal e profissional.
“Porém, essas vivências eram muito caras. Foi quando tive a ideia de empreender nesse segmento, tornando essas experiências acessíveis para os empreendedores”, conta. Em 2019, começou a colocar a iniciativa em prática e criou um grupo de 21 pessoas para se conectarem com grandes empresas na capital paulista.
O feedback da missão foi positivo, e ele começou a idealizar um próximo encontro. Porém, a pandemia chegou e o projeto ficou parado até 2022. “Organizamos a primeira viagem da Escola de Empreendedores no ano passado, ainda com medo do surgimento de novas cepas do vírus e da volta das medidas de restrição”, lembra.
Apesar da insegurança, o encontro foi bem-sucedido e oficializou a fundação da empresa. “Logo no primeiro semestre do ano vimos que a procura era muito grande. Começamos tentando entender as regiões de interesse com relação ao empreendedorismo e à inovação”, explica. Algumas das cidades mapeadas foram São Paulo, Recife e Rio de Janeiro.
Os encontros contam com a participação de um analista de mercado e envolve palestras e workshops realizados em parceria com grandes empresas. Segundo o empreendedor, a conexão feita é benéfica para ambos os lados. “A maioria das parceiras tem sede no Sudeste e quer entender o mercado de consumo do Nordeste”, aponta Feitosa. Algumas das marcas que já participaram dos encontros são o Mercado Livre, PicPay, Stone, Totvs, Globo, Natura, iFood e C6 Bank.
Já para quem contrata o serviço, o cearense acredita que consegue proporcionar uma educação empreendedora que vai além da sala de aula: “Por exemplo, em um workshop de criação de produto de uma marca, o convidado consegue vivenciar o processo e ao mesmo tempo fortalecer o seu networking”, detalha. Além disso, ele aponta a importância da troca realizada entre os próprios participantes dos eventos.
O valor das missões varia entre R$ 2,9 mil e R$ 7,4 mil. A cidade visitada, o período da viagem e o tipo de encontro são alguns dos fatores que afetam o custo da experiência. A Escola de Empreendedores possibilita três tipos de encontros: o global, que atende o público geral (de empreendedores a estudantes) e aborda o empreendedorismo de maneira ampla; o corporativo, experiência organizada para os funcionários de uma empresa, e o temático, focado em públicos de setores específicos, como moda e tecnologia.
O negócio já atendeu mais de 300 clientes e já faturou R$ 500 mil até setembro de 2023. Até o final do ano, a empresa prevê crescer 130% em relação a 2022. Para o próximo ano, Feitosa ainda tem a expectativa de explorar novas regiões, como Florianópolis, Belo Horizonte e Brasília, e sonha em começar a realizar missões internacionais.
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