Os genéricos cresceram 5% nas vendas em 2023, totalizando 1.980 bilhões de unidades comercializadas entre janeiro e dezembro, em comparação com 1.886 bilhões no mesmo período de 2022. Atualmente, os medicamentos detêm mais de 70% das vendas em algumas categorias de produtos, sobretudo aos destinados ao tratamento de doenças crônicas como hipertensão, colesterol, e doenças do sistema nervoso central como ansiolíticos.
Os dados são de um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, a PróGenéricos, com base em indicadores de um instituto global de monitoramento do setor farmacêutico.
Ao longo dos 23 anos desde a introdução dos genéricos no varejo, esses medicamentos conquistaram a confiança de pacientes e prescritores. As vendas do segmento movimentaram 17,9 bilhões de reais, representando um aumento de 13,5% em relação aos 12 meses de 2022.
Por lei, o medicamento genérico precisa custar 35% a menos que os medicamentos de marca. No entanto, na prática, o desconto médio é de 67%. A economia direta ao longo dos últimos anos foi de quase 300 bilhões aos consumidores.
Genéricos crescem acima da média do mercado
Em 2023, o mercado total de medicamentos, englobando todas as categorias de produtos farmacêuticos, incluindo os genéricos, apresentou uma pequena retração de 0,26% em relação a 2022, totalizando a comercialização de 5,3 bilhões de unidades. No entanto, o faturamento com as vendas registrou um crescimento de 10,26%. Tanto em termos de vendas em unidades quanto em faturamento, a performance do mercado total ficou abaixo da protagonizada pelos genéricos. Ao excluir os genéricos, o resultado da indústria em volume registra uma queda de 3,13%.
Genéricos avançam entre produtos para doenças crônicas
Em 2023, os genéricos alcançaram uma participação de mercado de 75% em unidades entre todos os medicamentos destinados ao controle da hipertensão, registrando um crescimento de 6,5% nas vendas em comparação com 2022. No caso dos medicamentos para o tratamento do colesterol, a participação de mercado em volume atingiu 81,4%, com um avanço de 10% nas vendas em relação ao ano anterior.
Quanto aos antidepressivos e ansiolíticos, os genéricos apresentaram participações de mercado de 67% e 73,5%, respectivamente, evidenciando um avanço de 14% e 1,3% nas vendas. “Além do market share muito acima da média do setor, nota-se que os genéricos avançam com maior velocidade nos produtos destinados ao tratamento de doenças crônicas, o que os torna indispensáveis no dia a dia de milhares de pacientes”, destaca Tiago de Moraes Vicente.
25 anos da Lei
O sucesso dos genéricos, presentes nas farmácias desde 2001, é atribuído à Lei 9.787, de 1999, que completa 25 anos em 20 de fevereiro. Essa legislação não apenas introduziu o conceito, mas também regulamentou a categoria de medicamentos no Brasil.
“A Lei dos Genéricos é um dos principais marcos históricos em saúde pública Brasil. Podemos afirmar que os genéricos são o principal instrumento de acesso a medicamentos e uma das mais importantes políticas públicas em saúde das últimas décadas”, conclui o presidente da PróGenéricos.
Fonte: PróGenéricos