Celebrando o aniversário da Beata Maria de Araújo, protagonista do “Milagre de Juazeiro”, o Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo integra a programação da 1ª Semana Maria de Araújo, que acontece de 20 a 24 de maio, junto do Instituto Beata Maria de Araújo e o Movimento Pró-memória da Beata Maria de Araújo.
No dia 23 de maio, o Centro Cultural recebe a exibição e roda de conversa: “Onde estão os restos mortais da Beata?”, com Álisson Flor e a equipe da produtora Candieiros, na Sala de Formação 01, às 18h.
Apresentando o monólogo “Maria de Araújo e o milagre de Juazeiro Do Norte”, Rafa Moraes confronta temas como racismo, sexismo, intolerância e perseguição religiosa e política, culminando no desfecho trágico da beata, que mesmo após sua morte, foi brutalmente violentada. A atividade acontece no dia 25, às 19h, no Bosque.
Beata Maria de Araújo
Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo nasceu na antiga Joaseiro, em 24 de maio, o ano exato de seu nascimento permanece uma incógnita para os pesquisadores. Cresceu em meio às oficinas de trabalho e salas de oração, construindo vida debaixo do silêncio da oficialidade. Artesã, costurava bonecas de pano e ensinava o ofício para outras crianças do povoado, lugar que também trabalhava como doceira, lavadeira e chegou até a contar tijolos em uma olaria.
Aos 22 anos, passou a exercer os hábitos de freira após um retiro espiritual realizado por Padre Cícero Romão Batista e Padre Vicente Sóter. Ali a mulher entregou-se à andança missionária. Em 1889, durante uma missa celebrada pelo Padre Cícero, a Beata recebeu hóstias que se transformavam em sangue na boca, tornando-se o pilar que une até hoje Juazeiro do Norte com a fé. Nas semanas que seguiram, chegaram de forma espontânea milhares de peregrinos e, em 7 de julho de 1889, o lugar era terra para um mar de fiéis, sendo o primeiro marco das romarias.
Maria de Araújo faleceu em 17 de janeiro de 1914, após 20 anos de clausura por imposição da Igreja Católica. Seu túmulo, localizado na Capela do Perpétuo Socorro em Juazeiro, foi violado e destruído, sendo que seus restos mortais foram roubados, permanecendo até hoje desconhecida a localização de seu corpo.
Memória e Patrimônio
Questionando esquecimentos como o da Beata Maria de Araújo, que foi colocada como coadjuvante do “milagre” que tornou Juazeiro do Norte em “Terra da Fé”, a professora Vitória Gomes facilitará o minicurso “Por que nos querem esquecidas? Memórias de mulheres em disputas e resistências”, de 14 a 17 de maio.
O curso discute noções de memória e patrimônio a partir da perspectiva de gênero e descolonização, estimulando os participantes a refletirem sobre as dimensões do território caririense, abordando desigualdades, falta de representatividade, silenciamento e invisibilização.
Vitória Gomes, professora na Universidade Federal do Cariri e pesquisadora, é doutora em Ciência da Informação, com a tese “Patrimônios e Matrimônios: Intersecções entre (de)colonialidades, raça, gênero e memória”, e desenvolve pesquisas sobre culturas e patrimônios desde a graduação.
Serviço:
Programação em alusão ao aniversário da Beata Maria de Araújo
Exibição e Roda de Conversa: “Onde estão os restos mortais da Beata?” com Álisson Flor e a equipe Candieiros
Data: 23 de maio (quinta-feira)
Horário: 18h
Local: Sala de Formação 01
Monólogo “Maria de Araújo e o Milagre De Juazeiro Do Norte”, com Rafa Moraes
Data: 25 de maio (sábado)
Horário: 19h
Local: Bosque
Minicurso “Por que nos querem esquecidas? Memórias de mulheres em disputas e resistências” com Vitória Gomes
Data: 14 a 17 de maio (terça-feira a sexta-feira)
Inscrições encerradas
Endereço: Av. Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes, 1, Gizélia Pinheiro (Batateiras), Crato, Ceará