A 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, decretou a prisão preventiva de seis pessoas, incluindo sócios e funcionários do laboratório PCS Labs Saleme. Elas são acusadas de responsabilidade por exames incorretos que permitiram a liberação de órgãos infectados com o vírus HIV para transplantes.
Entre os alvos dos mandados estão dois sócios do laboratório: Walter Vieira, que já estava preso, e seu filho, Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, que se apresentou à polícia voluntariamente nesta quarta-feira (23), segundo seu advogado, Afonso Destri.
“A decisão é absolutamente ilegal e representa uma antecipação de pena sem julgamento. Não há nenhum fato concreto que justifique a prisão preventiva. Matheus sempre colaborou com a investigação e nem chegou a ser alvo de prisão temporária. Vamos impetrar habeas corpus contra essa ilegalidade”, declarou Destri.
Além dos sócios, foram presos os funcionários Adriana Vargas dos Anjos, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Ivanilson Fernandes dos Santos e Cleber de Oliveira Santos.
Lesão Corporal
Os seis acusados respondem por lesão corporal grave resultando em doença incurável, organização criminosa e falsidade ideológica. Jacqueline Iris também foi acusada de falsificação de documento particular.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o exame de sangue de um doador soropositivo apresentou um “falso negativo” devido à degradação dos reagentes usados na detecção do vírus.
O MPRJ argumenta que os envolvidos tinham conhecimento de que a eficácia dos reagentes é comprometida quando ficam por muito tempo no equipamento de análise. Até o ano passado, o controle de qualidade dos reagentes era feito diariamente, mas a partir de 2024, o procedimento passou a ser semanal, uma mudança adotada para reduzir custos, o que pode ter prejudicado a precisão dos resultados.
*Com informações da Agência Brasil