Um estudo preliminar divulgado nesta quarta-feira (9) identificou na França três pacientes com a “deltacron”, uma recombinação nas variantes delta e ômicron do coronavírus.
No entanto, a pesquisa ainda não foi publicada por revistas científicas ou revisado por outros especialistas. Em entrevista à agência Reuters, Philippe Colson, do Ihu Méditerranée Infection e principal autor do estudo, disse que a versão identificada do Sars Cov-2 combina da proteína S da ômicron com o “corpo” da delta.
Além disso, ainda segundo a Reuters, outras duas infecções foram identificadas nos Estados Unidos, de acordo com relatório ainda não divulgado pela empresa genética Hélix. Outras pesquisas já haviam relatado mais 12 infecções da deltacron em países Europeus desde janeiro.
Colson alerta que os pesquisadores seguirão monitorando os casos, mas que ainda é cedo para definir a transmissibilidade ou ação mais ou mais impactante do vírus em humanos.
Já Maria van Kerkhove, líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou que os recombinantes eram “esperados, especialmente com intensa circulação de ômicron e delta”, e que sua equipe estava “rastreando e discutindo” a variante.
Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, disse que é sabido “que eventos recombinantes podem ocorrer, em humanos ou animais, com múltiplas variantes circulantes de SARS-CoV-2”.
“Precisamos esperar pelos experimentos para determinar as propriedades desse vírus. Importância do sequenciamento, análise e compartilhamento rápido de dados ao lidarmos com essa pandemia”, explicou.