O Sistema Único de Saúde (SUS) deve passar a utilizar a membrana amniótica — parte da placenta que envolve o feto — no tratamento de queimaduras graves. A recomendação é da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), órgão do Ministério da Saúde. A decisão final será publicada no Diário Oficial da União em até 180 dias.
A técnica consiste na coleta da membrana durante partos cesarianos, com autorização da mãe. O material é usado como curativo biológico, ajudando na cicatrização, reduzindo infecções e aliviando a dor do paciente. Segundo a proposta, a iniciativa também busca reforçar os estoques dos bancos de pele no país, que hoje suprem apenas 40% da demanda.
Embora esteja prestes a ser oficialmente incorporada ao SUS, a técnica já foi utilizada no Brasil em caráter emergencial. Durante o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), em 2013, a membrana amniótica foi aplicada no tratamento das vítimas com queimaduras. Na ocasião, países que já adotavam o método doaram o tecido à Santa Casa de Porto Alegre, referência no atendimento aos feridos.