Em sete dias, oito pessoas morreram em acidentes de trânsito registrados em municípios da região do Cariri. Os casos envolvem colisões entre veículos e atropelamentos.
Além das ocorrências nas vias públicas, os acidentes geram efeitos no sistema de saúde. Os atendimentos exigem recursos como serviços de urgência, internações, cirurgias, reabilitação física e suporte psicológico.
De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de 2020, o custo médio de um ferido grave em acidente de trânsito é de R$ 125.133,91. O cálculo considera desde o atendimento pré-hospitalar até a perda de produtividade. O valor varia conforme a gravidade e a localização dos casos.
O médico sanitarista e gestor em saúde Álvaro Madeira afirma que o atendimento das vítimas demanda estrutura e equipes especializadas. “O tratamento das vítimas de acidentes de trânsito é extremamente oneroso para o sistema público. São casos que exigem equipes multidisciplinares, uso intensivo de UTIs, cirurgias de alta complexidade e reabilitação prolongada. Isso tudo impacta diretamente os recursos que poderiam ser destinados a outras áreas da saúde.”
Segundo o médico, a reabilitação também traz consequências econômicas e sociais. “Muitas dessas vítimas estão em idade economicamente ativa, ou seja, são trabalhadores que precisam se afastar por meses, às vezes anos. Além do impacto econômico para essas famílias e para o sistema previdenciário, há uma carga emocional significativa: muitos desenvolvem ansiedade, depressão e até sintomas de transtorno pós-traumático por não conseguirem retomar suas atividades profissionais e sociais.”