O Ceará tem quase 688 mil jovens com idade entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham. O número, referente ao terceiro trimestre de 2021 e o mais recente disponível, é monitorado pelo IBGE.
Chamados jovens nem-nem, pessoas com idade entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham compõem um contingente que sofreu um aumento expressivo durante a pandemia em todo o País.
No Ceará, o número passou de 659,2 mil no quarto trimestre de 2019 – o último sem interferência da crise sanitária – para 895,3 mil no segundo trimestre de 2020, o pior resultado da série histórica iniciada em 2012.
Desde então, a elevação vem sendo revertida, especialmente em 2021 com o avanço da vacinação e a retomada das atividades econômicas.
No terceiro trimestre de 2021, quando quase 688 mil jovens cearenses ainda estava sem estudar nem trabalhar, o número representava 30,1% da população dessa faixa etária. Mesmo com um ritmo forte de recuperação, o Ceará se mantém entre os 10 estados com a maior proporção de jovens nem-nem do País.
Bruno Ottoni, pesquisador da consultoria iDados, uma das instituições que compilam os dados do IBGE, explica que a pandemia agravou os resultados do indicador em todo o Brasil por ter provocado o fechamento de muitas empresas, seja temporário ou definitivamente.
Com o início da recuperação do mercado de trabalho, o índice está reduzindo novamente e voltando a patamares próximos aos pré-pandemia.
No caso do Ceará, atualmente são quase 688 mil jovens nem-nem (30,1%) contra 659,2 mil (28,6%) no quatro trimestre de 2019.
Ottoni ainda ressalta que o ritmo de recuperação do Estado tem sido mais rápido que a média nacional. Ele lembra que a proporção de jovens nem-nem caiu de 35% no primeiro trimestre de 2021 para 30,1% no terceiro trimestre do mesmo ano, enquanto o resultado do Brasil passou de 27,2% para 23,7% no mesmo período.