O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esclareceu no Twitter que possíveis casos da variante deltacron no Brasil ainda estão sob análise. Nesta terça-feira (15), o ministro havia dito que o país tinha dois casos já confirmados, um no Amapá e outro no Pará.
Ao esclarecer que os casos ainda estão sendo investigados, Queiroga disse que o sequenciamento do vírus encontrado nesses pacientes deve ser concluído em breve, quando, aí sim, haverá uma resposta definitiva sobre a variante.
“Pessoal, esclarecendo: os dois casos de deltacron que citei mais cedo ainda estão em investigação e foram notificado pelos estados. O sequenciamento total do vírus deve ser finalizado nos próximos dias pelo laboratório de referência nacional da Fiocruz”, explicou o ministro.
Queiroga disse ainda que, no momento, não há motivo para preocupação com a nova variante.
“De qualquer forma, não há motivos para preocupação. A OMS classificou a Deltacron apenas como variante para monitoramento e não a considerou como variante de interesse ou preocupação, como foi o caso da ômicron e da delta, por exemplo”.
Deltacron
Um estudo preliminar divulgado na quarta-feira (9) identificou na França três pacientes com a “deltacron”, uma recombinação nas variantes delta e ômicron do coronavírus.
No entanto, a pesquisa ainda não foi publicada por revistas científicas ou revisado por outros especialistas. Em entrevista à agência Reuters, Philippe Colson, do Ihu Méditerranée Infection e principal autor do estudo, disse que a versão identificada do Sars Cov-2 combina da proteína S da ômicron com o “corpo” da delta.
Além disso, ainda segundo a Reuters, outras duas infecções foram identificadas nos Estados Unidos, de acordo com relatório ainda não divulgado pela empresa genética Hélix. Outras pesquisas já haviam relatado mais 12 infecções da “deltacron” em países Europeus desde janeiro.
Colson alerta que os pesquisadores seguirão monitorando os casos, mas que ainda é cedo para definir a transmissibilidade ou ação mais ou mais impactante do vírus em humanos.
Já Maria van Kerkhove, líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou que os recombinantes eram “esperados, especialmente com intensa circulação de ômicron e delta”, e que sua equipe estava “rastreando e discutindo” a variante.