A polícia de Nova York prendeu nesta quarta-feira (13) Frank James, de 62 anos, suspeito do ataque dentro de uma estação de metrô na véspera, disse o prefeito da cidade, Eric Adams.
“Meus caros nova-iorquinos: nós o pegamos”, disse Adams em um pronunciamento em vídeo, já que não pode participar de encontros públicos desde que contraiu a Covid-19.
James é apontado como responsável por ter detonado duas bombas de fumaça e atirado contra passageiros em uma estação do Brooklyn. Pelo menos 23 pessoas ficaram feridas.
A comissária de polícia, Keechant Sewell, disse em entrevista coletiva que o suspeito foi detido após uma operação em Manhattan – uma das cinco principais regiões da cidade.
“Esperamos que essa prisão traga segurança para a população de Nova York”, disse Sewell.
Segundo a comissária, a prisão só foi possível porque uma denúncia anônima foi feita ao serviço de polícia da cidade.
Suspeito tem passagem pela polícia
James tem passagem pela polícia e já foi preso ao menos outras nove vezes desde 1998, segundo as autoridades americanas.
Investigadores o identificaram após encontrar a chave de uma van, alugada por ele, no local do tiroteio, junto com uma sacola com fogos de artifício, bomba de gás e uma arma.
Imagens de câmeras de segurança mostraram James deixando a estação. A foto foi compartilhada pelas autoridades americanas.
Uma gravação divulgada pela emissora WNBC mostra o momento em que James entra em uma estação de metrô, usando colete laranja e máscara, minutos antes do ataque.
Crime pode levar à prisão perpétua
O procurador do Brooklyn, Breon Peace, disse em entrevista coletiva que o suspeito do tiroteio no metrô será acusado em um tribunal federal.
James deverá enfrentar várias acusações, incluindo o uso de uma arma para causar a morte e ter provocado ferimentos graves a passageiros e funcionários do sistema de metrô de Nova York.
Peace citou um artigo da lei americana para justificar a acusação contra James, no artigo citado, são condenáveis os ataques terroristas ou outros ataques violentos dentro de transportes em massa.
Não ficou claro se o suspeito seria acusado por terrorismo, uma vez que a polícia americana descartou a hipótese deste tipo de crime durante as investigações, na véspera.
De acordo com Peace, se condenado, ele poderá enfrentar uma sentença que pode levar à prisão perpétua.
Ataque no metrô
O ataque ocorreu na terça (12) quando um trem do metrô com destino a Manhattan estava parando em uma estação em Sunset Park, no Brooklyn.
Dez pessoas foram atingidas diretamente por tiros, incluindo cinco hospitalizadas em estado grave, mas estável.
A polícia disse que 13 outras sofreram de inalação de fumaça ou ficaram feridas no caos, conforme passageiros em pânico fugiam do vagão de metrô cheio de fumaça.
Todas as vítimas devem sobreviver aos ferimentos, segundo a polícia.
O incidente, no entanto, pode ter deixado ainda mais feridos. Com base em consultas a hospitais da região, o jornal “The Washington Post” e a rede americana CNN reportaram ao menos 29 pessoas que foram atendidas em hospitais com alguma ligação com o caso.
Segundo as investigações, o agressor provavelmente agiu sozinho. A comissária Sewell, disse que o ataque começou no vagão do metrô quando ele estava prestes a chegar na estação.
O atirador tirou duas latas de sua bolsa e as abriu, espalhando fumaça por todo o vagão.
33 tiros e um machado
A polícia disse que o homem disparou 33 tiros de uma pistola semiautomática, que mais tarde foi recuperada junto com três carregadores de munição, um pequeno machado, alguns fogos de artifício e um recipiente de gasolina.
Sewell havia dito mais cedo que o tiroteio não estava sendo tratado imediatamente como um ato de terrorismo.
Os investigadores encontraram uma série de postagens nas redes sociais ligadas a um indivíduo chamado Frank James que mencionou os sem-teto e o prefeito de Nova York, disse Sewell. No entanto, ainda não sabe o que haveria motivado o ataque.