Um projeto que prevê a criação de canis em penitenciárias foi apresentado na Assembleia Legislativa do Ceará. O objetivo é que os detentos cuidem dos animais abandonados, encaminhados a presídios. A autoria da proposta é do deputado estadual Tony Brito (União Brasil).
No texto do projeto, o parlamentar sugere que os presos fiquem responsáveis por serviços como tosa, banho, alimentação e outros cuidados com os animais. O Governo do Ceará, por sua vez, teria de promover cursos de auxiliar de veterinário, procedimentos de banho, tosa e técnicas de adestramento.
A oportunidade de trabalhar nos canis seria ofertada exclusivamente aos detentos do regime semi-aberto, que passariam por uma seleção de uma equipe multidisciplinar avaliando critérios como “bom comportamento, traços depressivos e de ansiedade crítica”, conforme o projeto.
O projeto segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, da Procuradoria da Casa e comissões técnicas de mérito. Se aprovados, são encaminhados para a votação do Plenário.
Justificativa do projeto
O projeto do deputado Tony Brito declarou que a “convivência reduz a sensação de solidão, a ansiedade e a depressão. Isso porque, quando o humano passa parte do dia com um bicho, ele passa a produzir mais hormônios como a ocitocina, a prolactina e a serotonina, que melhoram o humor”, argumentou.
“A ciência já demonstrou que, em contato com os bichos, o ser humano ativa o sistema límbico, responsável pelas emoções mais instintivas. Isso faz com que ocorra a liberação das endorfinas, gerando a sensação de tranquilidade, bem-estar, melhora da auto-estima, entre outros”, diz o texto da proposta.
“O objetivo é criar empatia e ensinar práticas no cuidado de animais e facilitar a reinserção dos presos no mercado de trabalho”, complementa o projeto.