A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quarta-feira (23) que proibiu a “comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e uso” da pomada para tranças Ômegafix, produzida pela Cape Indústria de Cosméticos.
Segundo a reguladora, o produto não está registrado e, por isso, “não é possível aferir a segurança de uso da pomada”.
“Nos últimos dias a Agência tomou conhecimento, pela mídia, de casos sobre problemas oculares relatados por usuários após o uso da pomada. Diante das denúncias, foi aberto dossiê de investigação referente ao caso”, explicou a Anvisa.
Caso no Rio
O g1 Rio noticiou nesta terça-feira (22) o caso da manicure Josiane Reis de Souza, de 41 anos, que está há 4 dias sem enxergar após ter usado a pomada modeladora para trançar os cabelos.
De acordo com a manicure, a pomada foi aplicada na última sexta-feira (18) e, ao mergulhar em uma piscina no dia seguinte, o produto teria entrado em contato com as suas córneas e provocado queimaduras.
“A minha visão foi ficando toda esbranquiçada, tudo nublado, parecia que eu estava dentro de uma nuvem de fumaça. Durante a madrugada, eu já não conseguia mais enxergar. Então, eu tive que ir ao hospital porque os meus olhos queimavam muito. Chegando no Hospital do Olho, o médico averiguou que a minha córnea havia sido queimada”, disse Souza.
Médicos especialistas ouvidos pelo g1 afirmaram que o contato de produtos químicos com a córnea pode causar queimaduras e até cegueira definitiva. Segundo o oftalmologista Keller Azevedo, alguns tipos de produtos podem causar a ceratite química, uma espécie de queimadura que danifica a superfície da córnea.
“Se for superficial, é um embaçamento temporário. Se for profundo, pode ser definitivo”, afirma.