Os aprovados no concurso da Guarda Civil Municipal de Crato, realizado em 2020, ainda aguardam a convocação para assumirem seus cargos. Segundo Alexandre Neto, representante dos candidatos, a situação se arrasta devido a decisões administrativas e judiciais que impactaram a validade do certame.
De acordo com Neto, o Ministério Público promoveu uma reclassificação do concurso, alterando a ordem dos aprovados e criando um impasse legal. “Isso caracteriza preterição, pois candidatos com pontuação inferior estão exercendo a função, enquanto outros, mais bem classificados, continuam aguardando”, explicou.
Outro ponto levantado é a deficiência no efetivo da Guarda Municipal. Segundo a legislação vigente, o município deveria contar com pelo menos 350 agentes, mas atualmente possui apenas 233. “A maioria dos servidores está próxima da aposentadoria, o que compromete a qualidade do serviço prestado à população”, destacou Neto. Ele menciona que grupamentos como a Patrulha Maria da Penha enfrentam dificuldades para atuar devido à falta de pessoal.
Além disso, os aprovados passaram por todas as etapas do concurso, incluindo testes físicos, psicológicos, investigação social e um curso de formação de três meses. No entanto, a bolsa prevista em lei para essa capacitação não foi paga aos candidatos.
Segundo Alexandre, sobre a demora na convocação, o prefeito Barreto afirmou recentemente que “não tem ciência” do problema, apesar de ter acompanhado o processo desde a gestão anterior, quando era vice-prefeito. O gestor alegou que a decisão final cabe ao Ministério Público e ao Judiciário.
O procurador do município, Salviano Brasil, esclareceu que não há um prazo definido para a convocação dos aprovados tanto do concurso de 2011 quanto do de 2020. Segundo ele, o município aguarda a intimação da justiça para dar início ao chamamento dos aprovados no certame de 2011, cumprindo a decisão judicial.