A história das Copas ganhou nesta terça-feira uma de suas páginas mais improváveis. Na largada do Grupo C do Mundial do Catar, a Argentina perdeu por 2 a 1, de virada, para a Arábia Saudita – uma das maiores favoritas ao título caindo diante do azarão da chave. Messi, no primeiro tempo, converteu pênalti polêmico e colocou a equipe sul-americana na frente. Os sauditas viraram na etapa final, primeiro com Al-Shehri, depois com um golaço de Al-Dawsari, para euforia e perplexidade dos torcedores presentes no estádio Lusail, em Doha.
Com a derrota, a Argentina fica de olho no jogo entre México e Polônia, às 13h desta terça-feira. A Arábia Saudita lidera o grupo, com três pontos.
As duas seleções voltam a campo no sábado. Às 10h, a Arábia Saudita encara a Polônia. Às 16h, a Argentina enfrenta o México. O encerramento da primeira fase para o Grupo C será no dia 30/11, quarta-feira, com Polônia x Argentina e Arábia Saudita x México.
A estreia das seleções da Argentina e da Arábia Saudita na Copa do Mundo do Catar movimentou a internet no começo da manhã desta terça-feira (22).
O jogo, que iniciou às 7h, no horário de Brasília, foi marcado por uma virada dos sauditas.
Num primeiro tempo emocionante, a Argentina marcou um gol de pênalti logo no começo do jogo, seguido por outros três que foram anulados por impedimento. No segundo tempo, Arábia Saudita virou, marcando dois gols nos minutos 7 e 11.
UM ALGOZ, UM GOLAÇO!
Al-Dawsari, camisa 10 e principal jogador da seleção saudita, marcou um golaço, o da virada sobre a Argentina. Foi o herói de uma jornada histórica. Depois do jogo, afirmou:
PÊNALTI?
A Argentina abriu o placar em um lance bastante polêmico. O saudita Abdulhamid se enroscou na área com Paredes, que foi ao chão. Inicialmente, o árbitro esloveno Slavko Vincic não marcou nada. Mas foi chamado pelo VAR. E aí mudou de ideia. Na opinião de Paulo César Oliveira, comentarista da Central do Apito, a decisão foi errada: não houve pênalti. Messi bateu e converteu.
NO LIMITE
A Argentina foi para o intervalo vencendo por 1 a 0. Mas bem que poderia ser uma goleada. Só no primeiro tempo, foram três gols anulados por impedimento – dois deles no limite, com auxílio da tecnologia. Lautaro Martínez foi quem mais lamentou: teve dois gols frustrados. E outro foi de Messi.
O lateral-esquerdo Al-Shahrani, da Arábia Saudita, levou uma pancada impressionante do goleiro Al-Owais perto do fim da partida. Ele ficou desacordado e precisou ser substituído com o auxílio da maca e dos médicos sauditas. A imagem, assustadora, causou apreensão no estádio.
A Argentina começou daquele jeito que se espera de uma favorita: em cima, pressionando, amassando. E, claro, com ele, Lionel Messi, comandando as ações. Com apenas dois minutos, o craque já pegou uma sobra dentro da área e mandou chute forte – muito bem espalmado pelo goleiro Al-Owais. A seleção de Lionel Scaloni seguiu em cima, cercando a área, e chegou ao gol em um lance polêmico. Aos sete minutos, com intervenção do VAR, a arbitragem marcou pênalti sobre Paredes. Messi bateu com categoria, deslocou o goleiro e fez 1 a 0 para a Argentina. Com a desvantagem, a Arábia Saudita se permitiu sair mais ao ataque e subiu a linha de marcação. Consequentemente, cedeu espaços, e a Argentina esteve em vias de ampliar. Teve três gols anulados, todos por impedimento: um de Messi, dois de Lautaro Martínez. Por centímetros, não foi para o intervalo com uma vantagem mais confortável – que seria condizente com a superioridade (mesmo sem muito brilho) argentina em campo.
E aí veio o segundo tempo. E aconteceu o inimaginável: aos sete minutos, a Arábia Saudita vencia o jogo. O gol do empate saiu aos dois minutos. Messi foi desarmado no meio, e a bola chegou para Al-Shehri, que mandou no cantinho de Martínez. E o segundo foi um golaço. Al-Dawsari, camisa 10, pegou rebote da defesa, cortou para o meio e mandou na gaveta. Uma pintura: 2 a 1. A Argentina, desnorteada, fez três trocas: saíram o lateral-direito Romero, o volante Paredes e o meia Papu Gómez, entraram o zagueiro Lisandro Martínez, o volante Enzo Fernández e o atacante Julián Álvarez. A seleção se lançou à frente. Aos 17, perdeu chance incrível após finalização de Martínez e desvio de Tagliafico – o goleiro salvou. Aos 23, Lautaro cabeceou para fora. Aos 26, Di María (muito mal no jogo) bateu fraco. Aos 37, Messi apareceu na área e tentou de cabeça, mas o goleiro pegou de novo. Aos 45, Al-Amri cortou em cima da linha uma finalização de Álvarez. Ali ficou claro: a Argentina seria mesmo derrotada, a Argentina viveria mesmo uma das maiores zebras que a Copa do Mundo já presenciou.
Fonte: Globo Esporte