O Brasil registrou 1.016 mortes por dengue em 2022, algo nunca visto desde a década de 1980, quando a doença ‘ressurgiu’ no país e começou a ser mais frequente, com ciclos de maior e menor intensidade. Leia mais abaixo o que é preciso saber sobre a doença.
- Além das 1.016 mortes por dengue confirmadas, outras 109 estão em investigação;
- Até então, o ano de 2015 tinha sido o mais mortal para a dengue no Brasil, com 986 óbitos;
- Em 2022, foram registrados 1.450.270 casos prováveis da doença no País;
- O aumento é de 162,5% se comparado com 2021 – em todo o ano de 2021, 544 mil foram infectados.
Os dados estão no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta semana com os dados consolidados de 2022.
Nos últimos anos, as maiores epidemias de dengue no Brasil aconteceram em 2015, 2016 e 2019.
No final do ano passado, já havia um alerta para uma nova epidemia da dengue em 2022, que atingiu todas as regiões e deve se manter nos primeiros meses de 2023.
Antes vista com mais força em regiões quentes e úmidas, desta vez a dengue decidiu se concentrar também em áreas que antes registravam pouca ou nenhuma incidência de infecções pelo vírus, que é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti.
“Em Santa Catarina, por exemplo. Joinville e Blumenau, que nunca tiveram dengue, neste ano estão tendo uma grande epidemia desde o primeiro semestre”, afirmou o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
De acordo com o boletim do Ministério da Saúde, as cidades com os maiores registros de casos prováveis de dengue em 2022 foram:
- Brasília (DF): 70.672 casos;
- Goiânia (GO): 56.503;
- Aparecida de Goiânia (GO): 27.810;
- Joinville (SC): 21.353;
- Araraquara (SP): 21.070;
- São José do Rio Preto (SP): 20.386;
O que está por trás da epidemia de 2022
Períodos chuvosos, principalmente no verão, aliados à diminuição da percepção de risco para a dengue, são apontados como os principais motivos que levaram à alta nos casos e mortes em 2022.
Com a chuva, aumentam os riscos de água parada. É o cenário perfeito para que o Aedes aegypti se reproduza.
O infectologista Alexandre Naime Barbosa também cita a falta de políticas públicas para orientar e incentivar à população a combater a dengue.
Fonte: G1