O Ceará registrou queda nos casos de sífilis congênita em 2023, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde durante o Seminário Integrado da Sífilis, realizado em Brasília no último dia 14. O número de crianças com menos de um ano afetadas pela doença passou de 1.453, em 2022, para 1.420 no ano passado. A redução acompanha o esforço nacional de prevenção, que conseguiu evitar 71% dos casos graças ao diagnóstico precoce em gestantes.
Em todo o Brasil, foram registrados 25.002 casos de sífilis congênita em 2023, com 1.511 casos a menos em comparação ao ano anterior. Essa queda é atribuída ao aprimoramento do acompanhamento pré-natal e ao tratamento adequado das infecções em gestantes.
Os esforços para combater a transmissão vertical fazem parte da meta nacional de eliminar a sífilis e outras infecções até 2030. “Vamos eliminar a sífilis e outras infecções como problema de saúde pública até 2030. Esse é o nosso compromisso”, afirmou Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi).
A coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis, Pâmela Gaspar, destacou a importância da cooperação para atingir os objetivos. “O desenvolvimento de ações tripartite e integradas com todos os atores envolvidos na prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis, considerando também os determinantes sociais, é fundamental para avançarmos em conjunto. Cada um de nós pode fazer a diferença”, disse.
O diagnóstico precoce tem sido intensificado com a distribuição de testes rápidos para sífilis em todo o país. Em 2023, o Ministério da Saúde distribuiu mais de 14 milhões de testes, e em 2024, até agosto, foram enviados 7,6 milhões de unidades, incluindo o teste DUO, que detecta HIV e sífilis simultaneamente.
Além dos testes, o programa Brasil Saudável tem ampliado o fornecimento de penicilina para o tratamento da sífilis adquirida e congênita, reforçando a prevenção da transmissão vertical.
Outra medida relevante é a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical, que reconhece municípios e estados que aplicam práticas eficazes no combate à transmissão de doenças como sífilis e HIV. Entre 2022 e 2023, 48 municípios e dois estados receberam certificações. As solicitações enviadas em 2024 estão em fase de análise, com a cerimônia de entrega prevista para o final do ano.