O Ceará já tem pacientes infectados pela Ômicron BQ.1, nova subvariante do coronavírus. Pelo menos 11 amostras positivas indicam a circulação da forma viral no Estado, como apontam testes sequenciados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen).
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) confirmou quatro casos da subvariante BQ.1 da Covid-19 no Estado por sequenciamento genômico. “Os pacientes, residentes de Fortaleza, estão sendo acompanhados e apresentam apenas sintomas leves da doença”, detalhou a Sesa.
O Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia se reuniu nesta sexta-feira para discussão do cenário epidemiológico no Ceará.
Com isso, a recomendação para completar os esquemas vacinais contra a Covid-19, com doses de reforço, conforme faixa etária, é reforçada pela Sesa. “Diante de sintomas, a indicação é fazer o uso de máscara e buscar uma unidade de saúde municipal para realizar a testagem”, completou.
A Ômicron, com as subvariantes BA.4 e BA.5, é a cepa que predomina no Ceará desde fevereiro de 2022, conforme monitoramento da Fiocruz. Ela foi a responsável pelas últimas duas ondas de Covid no Estado.
BQ.1 TEM TRANSMISSÃO MAIS INTENSA
A nova forma do vírus, confirmada no Ceará, tem transmissão ainda mais intensa do que as subvariantes anteriores, como explica o infectologista Guilherme Henn, diretor da Sociedade Cearense de Infectologia.
“A BQ.1 é mais transmissível do que a BA.4 e BA.5, a capacidade de evasão no sistema imunológico é maior. Isso é resultado da própria natureza, já sabíamos isso pelos coronavírus sazonais, e a própria influenza tem a mesma característica”, destaca.
E qual o impacto da infecção pela Ômicron BQ.1? A população não teve contato com esse tipo de vírus e ainda não possuem anticorpos específicos para a subvariante.
Apesar de ser mais transmissível, não há informação sobre a BQ.1 ser mais grave do que as anteriores. Ainda assim, a recomendação dos infectologistas é garantir o esquema vacinal completo com todas as doses de reforço orientadas.
“As campanhas do Poder Público devem focar nesses pontos mais sensíveis: uso de máscara para quem está doente, pelas população mais vulnerável e em aglomerações. Além do reforço da vacinação para a Covid e influenza”, completa.
Caso alguém esteja com infecção respiratória, o ideal é permanecer em casa. Em momentos em que sair é indispensável, o uso de máscara dificulta a transmissão da doença.
A gente precisa usar máscara, ter cuidado com as aglomerações, porque a gente consegue frear o número de novas infecções, proteger as pessoas mais vulneráveis e evitar que essas pessoas acabem descompensando outras comorbidades
GUILHERME HENNDiretor da Sociedade Cearense de Infectologia