O Ceará atingiu a marca de 63 açudes sangrando em 2023. O número é o maior desde 2011, quando foram registrados 67 açudes nesta condição, segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Outros reservatórios ainda podem verter nos próximos dias, já que 11 açudes estão com volume acima de 90% da capacidade total.
De acordo com dados divulgados diariamente no Portal Hidrológico (http://www.funceme.br/hidro-ce-zend/), a reserva dos açudes passou de 5,8 bilhões m³, no dia 1º de fevereiro, para 8,82 bilhões m³ na data de hoje. O volume de água aportado nos reservatórios até aqui foi da ordem de 4,54 bilhões de metros cúbicos.A reserva hídrica atual corresponde a 47,5% da capacidade total dos 157 reservatórios monitorados pela (Cogerh).
As regiões do Acaraú, Coreaú, Litoral, Metropolitana e Baixo Jaguaribe estão em situação “muito confortável”, com volumes acima de 70%. Já as regiões do Salgado, Serra da Ibiapaba e Alto Jaguaribe estão na zona “confortável”, com mais de 50% das reservas.
Enquanto isso, as regiões do Curu e Sertões de Crateús passaram para o estado “em alerta“, que é quando as reservas marcam entre 30% a 50% de volume. Só a bacia do Médio Jaguaribe se mantém em estado “crítico”, com volume abaixo de 30%.
Já a Bacia do Banabuiú passou de situação “muito crítica” (reservas abaixo de 10%) no começo deste ano para “em alerta” , percentual alcançado pela última vez em setembro de 2013. Na região, o Açude Fogareiro sangrou nesta terça-feira(12), após hiato de quase 12 anos. É o 7º açude da Bacia do Banabuiú a sangrar neste ano.
As recargas são um alento para a região que há pelo menos uma década convivia com insegurança hídrica em função do prolongado período de estiagem. Do início do ano até hoje, foram mais de 600 milhões de metros cúbicos de aporte na bacia, sendo o segundo maior aporte do Estado.
Castanhão, Orós e Banabuiú
Os três maiores açudes cearenses seguem com bons aportes, atingindo os maiores níveis dos últimos anos. O Açude Orós, por exemplo, chegou a 4,7% no começo de 2020 e, agora, atingiu a marca dos 60%, melhor número desde março de 2013.
O Açude Banabuiú chegou a estar praticamente seco entre 2015 e 2018, no auge da seca, e hoje possui 34%. A reserva mais que triplicou em menos de um mês em 2023.
Já o gigante Castanhão estava com 2,1% em 2018 e continua recuperando volume, que agora bate 29%, maior percentual desde dezembro de 2014.
Monitoramento e Segurança dos Reservatórios
Todas as 157 barragens monitoradas pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) têm situação controlada. Os açudes cujo empreendedor é a Cogerh passam por duas inspeções: uma antes e outra após a quadra chuvosa.
Enquanto a primeira aponta medidas a serem tomadas pra evitar problemas na quadra, a segunda indica o que fazer pra corrigir eventuais estragos causados pela água das chuvas. Os açudes não monitorados são de responsabilidade dos empreendedores, seja propriedade particular, prefeitura ou de associação.