A pneumonia já levou 2.910 cearenses à morte entre janeiro e abril deste ano, um aumento de 37% em comparação com o igual período de 2021, quando 2.119 pessoas morreram por causa da doença. Idosos são mais vulneráveis ao acometimento dos pulmões.
Os dados são do Portal da Transparência da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), com informações enviadas por cartórios cearenses até o dia 25 de abril.
De acordo com a médica Vanuza Chagas, o incremento está ligado a vários fatores que Todos os direitos reservados. Conteúdo protegido pelas leis de propriedade intelectual e de direitos autorais. O conteúdo não pode ser republicado, reescrito ou redistribuído, sob pena de responsabilização do infrator no âmbito cível e criminal.
De acordo com a médica Vanuza Chagas, o incremento está ligado a vários fatores que complicaram o diagnóstico correto de doenças respiratórias, como a circulação da influenza H3N2 e da variante Ômicron do coronavírus.
Além disso, crendo que estavam com formas leves das enfermidades, muitas pessoas podem ter deixado de buscar assistência médica adequada, acredita Vanuza. Por fim, alerta, a cobertura vacinal para públicos-alvo tem deixado a desejar.
“A influenza deixa uma porta aberta para complicações bacterianas, agravando casos de pneumonia e podendo levar a hospitalizações, às UTIs e a óbitos”, explica.
Cuidados com idosos
Durante a pandemia da Covid-19, a série histórica de mortes por pneumonia vinha tendo sucessivas reduções no Ceará, conforme os registros da Arpen. Agora, 2022 reverteu o fenômeno.
Com o sistema imunológico e respiratório mais comprometido, idosos correspondem ao grupo mais acometido pelos óbitos no Estado (84% do total), sendo mais fatal para o grupo com mais de 80 anos (46%).
A médica Vanuza Chagas enumera pontos que explicam a vulnerabilidade desse grupo:
- doenças crônicas, como diabetes e cardiopatias;
- comprometimento imunológico;
- inatividade, pois muitos vivem acamados;
- falta de assistência médica contínua.
“Qualquer quadro gripal no idoso deve ser tratado com muito cuidado”, recomenda a médica, reforçando que o alerta também vale para bebês.
É preciso que responsáveis e cuidadores fiquem atentos a sintomas como febre, desconforto respiratório (e prolongado), recusa alimentar e prostração. Se eles persistirem, começam a comprometer o estado geral dos pacientes.
Especialmente nos idosos, a prevenção da pneumonia se baseia na imunização com vacinas contra a influenza, pneumocócicas e Covid-19. Aliado a essa cobertura, deve manter estado nutricional adequado com acompanhamento profissional, viver em um ambiente saudável e sociável e fazer atividades físicas.
Fonte: Diário do Nordeste
Foto: Fabiane de Paula