O Festival de Hip-Hop, Graffitti e Artes Urbanas de Juazeiro foi encerrado no sábado, 4, no Parque de Eventos Padre Cícero. O evento, iniciado no último dia 22 de outubro, contou com uma programação diversa: Batalhas de Rima, Pista de Skate, Slam, Roda de Breaking Dance e Festival de Graffitti.
O evento foi realizado pela Secretaria de Cultura, Secretaria de Esporte e Juventude, Associação Civil para o Desenvolvimento da Barbalha (ACDB), Color Gin, Gigante das Tintas e Sherwin Williams. Foram parceiros os coletivos: Guerrilha Cariri, Original Rap Kariri, Dextape e Baiano Cariri.
Festival de Graffitti “Juazeiro em Cores”
O Projeto “Juazeiro em Cores” foi idealizado por grafiteiros e artistas do município, com a colaboração de artistas convidados de Belo Horizonte, Fortaleza, Pernambuco, Paraíba e Piauí. Consistiu na pintura dos muros da Via Férrea de Juazeiro, da Capela Imaculada Conceição até o Mercado do Bairro Pio XII, trechos da Rua São Miguel, Rua da Luz, e trecho da Avenida próximo ao Teatro Marquise Branca, e resultou na transformação de um muro branco em uma galeria a céu aberto. Foram 2.411 metros de muros do município grafitados.
O encerramento do Festival no Parque de Eventos Padre Cícero e contou com a Batalha de B-Boy estilo “Seven to Smoke”, que consiste em vencer todos os outros concorrentes, tirando seus oponentes mais vezes da disputa, shows de artistas locais como Skinny, Dextape, Coletivo Original Rap Kariri, Slam das Minas, Cláudio SDJ, Arthur, Silas e Maguim. Teve também a atração nacional, o rapper MV Bill, que se apresentou com a participação de sua irmã Kmila CDD.
Leilão em Chamas
Dentro do Festival, na última sexta-feira, 3, foram vendidas 15 obras no evento Leilão em Chamas, na Praça Padre Cícero. As telas eram de artistas de Belo Horizonte, Pernambuco, Recife, Exu, Piauí e Fortaleza.
O Leilão em Chamas é um tambor de fogo usado em leilões de peças de arte com o propósito de que o leiloeiro consiga vendê-las em um curto espaço de tempo, antes que sejam destruídas. Essa iniciativa promove a economia criativa e auxilia os artistas que participam de festivais em várias localidades, oferecendo suporte financeiro para passagens e outras necessidades.
A iniciativa tem como objetivo principal incentivar a compreensão do Graffitti pela sociedade, encorajando as pessoas a adquirirem as telas em leilão, evitando que as obras de arte sejam destruídas. Além disso, o projeto busca fomentar a economia sustentável e valorizar os artistas.
José Carbonel, artista e leiloeiro recifense, disse que foi um sucesso a apresentação do Leilão em Chamas, dentro do Festival de Hip-Hop realizado em Juazeiro, no período em que o movimento Hip-Hop internacional está completando 50 anos. “Isso mostra a importância do Leilão em Chamas para manter a sustentabilidade, a economia e continuar o protagonismo dos artistas locais”, reflete.
Representatividade Feminina na Cena do Rap e Hip-Hop
Dark Ferreira, Rapper e Poetisa juazeirense, comenta sobre sua participação no Festival de Hip-Hop e diz estar feliz pela presença. Ela faz parte do Coletivo Original Rap Kariri, Slam das Minas e do Selo New Age Hip-Hop. Dark afirma que “a mulher no Hip-Hop é uma ferramenta muito importante que impulsiona, que traz empoderamento feminino e inspira outras mulheres a estarem presentes e mostrar sua arte”.
A artista também fala sobre a participação feminina no Hip-Hop que é tão essencial para “promover essa diversidade e garantir que todas as vozes sejam ouvidas, porque o gênero não deve ser uma barreira para a expressão artística”. E reitera a importante da igualdade de oportunidades. “Permite que as mulheres se expressem, tenham liberdade, se afirmem como artista, seja através das suas poesias, das suas letras ou performances”, completa Dark.
Negra Lu, multiartista juazeirense, diz que foi muito gratificante estar participando do festival e comentou a importância e significado da ação. Diante do fato de “o movimento Hip-Hop ser machista, totalmente másculo, sexista, a gente está aqui também para mostrar que ocupamos um espaço tão nosso quanto deles”, afirma.
