O ministro da Casa Civil, Rui Costa, classificou a produção de hidrogênio verde no Brasil como a grande aposta para que o país lidere a indústria da transição energética, sem perder de vista a oportunidade de gerar riqueza para o país. Ainda pontuou a necessidade de mudança de trajetória em relação ao que foi feito com matérias-primas como o ouro, o pau-brasil e o minério de ferro.
“Esta tem que ser uma oportunidade para o Brasil se industrializar, desenvolver tecnologia e gerar riqueza. Não podemos reproduzir a história, reduzindo riquezas brasileiras a matérias-primas para outros países”. O alerta foi feito pelo ministro em discurso no lançamento do ‘Atlas do Hidrogênio Verde na Bahia’, neste sábado (02/12), no estande da Confederação Nacional da Industria (CNI), na COP 28, em Dubai. Entre várias autoridades brasileiras presentes, o evento contou com a participação do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e do líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner.
Para Rui Costa, este é um debate que a sociedade brasileira deve realizar de modo urgente com o Congresso, governo e sociedade. “Precisamos discutir o hidrogênio verde no presente e no futuro da economia nacional. Não podemos ser apenas uma plataforma de exportação de energia. A transição ecológica, transição energética tem que servir para diminuir desigualdade, diminuir a pobreza do povo brasileiro”, enfatizou.
Rui afirmou que a produção de hidrogênio verde fará do Brasil referência global em descarbonização, mas um caminho precisa ser percorrido. “A partir da escassez de energia limpa do mundo, o Brasil desponta. Estamos apresentando esse potencial, com destaque também para a geração de energia eólica e solar a grandes grupos, grandes investidores”.
O ministro da Casa Civil ainda complementou que não faz sentido o Brasil prorrogar subsídio para carvão nesse momento e reforçou a necessidade de articulação com o Congresso Nacional para promover a descarbonização da economia brasileira.
O ministro assinalou ainda que não é razoável o Brasil ser um dos países que produz energia mais barata e ter uma conta de energia ao consumidor entre as mais caras do mundo. “Isso não é possível, não é justo com a população, com a indústria brasileira”. Costa adiantou que será enviado ao Congresso uma medida para reverter a prática atual.
Ele também acredita que foi dado o pontapé para que o mundo possa “refletir e que, definitivamente, tenhamos investimento de fato para financiar a transição ambiental, ecológica e o cuidado com o meio ambiente”.