O número de pessoas empregadas no mercado de trabalho formal (com carteira assinada) cearense, com 40 anos ou mais, cresceu 131,7%, de 2002 a 2021, passando de 276.783 vínculos para 641.302 vínculos. A quantidade de empregados, com 50 anos ou mais, também aumentou: passou de 105.323 vínculos para 281.167 vínculos, ou seja, elevação de 167%. Na faixa etária de 65 anos ou mais, o crescimento foi ainda maior, atingindo 255%, passando de 8.286 vínculos para 29.413 vínculos na comparação dos dois anos.
Como resultado, a participação dos empregados, com idade de 40 anos ou mais, saltou de 34,9%, em 2002, para 41,9%, em 2021, registrando um ganho de participação no estoque total de vínculos formais de 7,1%. Já a participação dos empregados formais, com 50 anos ou mais, aumentou de 13,3%, em 2002, para 18,4%, em 2021, apresentando um ganho de participação de 5,1%.
A participação dos empregados formais, com 65 anos ou mais (população idosa), aumentou de 1,0% para 1,9% na mesma comparação. Em termos comparativos, a participação no ano inicial – esta última faixa – foi a que mais ganhou participação na comparação dos últimos vinte anos, pois quase dobrou no período. As constatações, e muitas outras, estão no Enfoque Econômico (Nº 256) – Dinâmica do Envelhecimento na Força de Trabalho Formal Cearense, publicado pelo instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Os autores do estudo, o analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcante, e Raquel Sales, assessora técnica, observam que o envelhecimento do mercado de trabalho brasileiro, assim como o cearense, coincide com o envelhecimento populacional. Segundo a projeção do IBGE, em 2040, mais da metade da população cearense (51,1%) terá mais de 40 anos (em 2021 a participação chegava aos 37,2%).
Com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), eles garantem que está ocorrendo uma nítida mudança estrutural no contingente de trabalhadores formais brasileiros em relação a sua distribuição nas diferentes faixas etárias, sinalizando um rápido movimento de envelhecimento da força de trabalho formal nacional. Esse fato também foi observado na região Nordeste e no estado do Ceará, só que de maneira menos intensa.
Nos próximos dez anos é esperado que esse processo se intensifique ainda mais, dado que o maior contingente atual de trabalhadores no Ceará está na faixa de 30 a 39 anos, fazendo que a população de pessoas acima de 40 anos supere a população mais jovem no mercado de trabalho formal.