Uma moradora de Curitiba foi a primeira brasileira a receber um aparelho que funciona como um pâncreas artificial para o controle do diabetes. O procedimento foi realizado na manhã desta segunda-feira (31).
Larissa Strapasson tem 30 anos e sofre de diabetes tipo 1.
O pâncreas artificial fica ligado a um sensor que mede a glicemia. A informação é passada via bluetooth para o aparelho, que tem um reservatório para a insulina.
O aparelho, então, libera o hormônio por um cateter até um dispositivo que fica embaixo da pele. A partir disso, esse dispositivo aplica a insulina automaticamente na dose certa.
“Vai prevenir muitas hipoglicemias, então eu não vou precisar ficar toda hora andando com doce, açúcar, ou ficar preocupada se vou passar mal. (…) Eu acho que representa um marco inicial no tratamento do diabetes tipo 1. Estou muito feliz por ter essa oportunidade de usar”, diz Larissa.
A longo prazo, esse controle ajuda muito no tratamento da doença, conforme os especialistas.
“Esse ajuste é feito automático a cada cinco minutos mais ou menos, e a pessoa consegue ficar muito mais tempo com os níveis de glicose dentro da faixa alvo. No futuro, essa pessoa vai ter menos complicações do diabetes”, explica o médico endocrinologista André Vianna.
Todas as informações, como quantidade de insulina aplicada e se o hormônio está dentro do nível estabelecido pelos médicos, podem ser monitoradas por um aplicativo de celular.
Os dados, inclusive, podem ser compartilhados em tempo real com os médicos e também com os familiares.
No Brasil, o pâncreas artificial foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e custa R$ 24 mil.
A Associação Diabetes Brasil diz que vai pedir ao Ministério da Saúde que avalie a possibilidade de fornecer o aparelho de graça por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
“É um sonho que a gente consiga um dia no SUS ter toda tecnologia disponível para todos”, diz Lucas Galastri, presidente da associação.