O debate promovido pela Band Ceará, realizado na noite desta quarta-feira, 14 de agosto, em Fortaleza, entre os candidatos à prefeitura de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos) e Fernando Santana (PT), foi marcado por intensas trocas de acusações e poucas perspectivas para o futuro da cidade. Ambos os candidatos, ao longo do evento, concentraram-se em criticar a gestão e o histórico político um do outro, deixando de lado discussões aprofundadas sobre o que realmente pretendem fazer nos próximos anos.
Glêdson Bezerra, atual prefeito, defendeu sua gestão mencionando que, ao assumir a prefeitura, encontrou uma situação caótica, especialmente na área da saúde. “Quando eu recebi a prefeitura de Juazeiro do Norte, o nosso município ocupava o último lugar na saúde, de acordo com os dados do Ministério da Saúde”, afirmou. Ele também destacou a redução de custos com a coleta de lixo, afirmando que conseguiu economizar “3 milhões de reais por mês” com a reestruturação do contrato, o que, segundo ele, resultou em uma administração mais eficiente.
Por outro lado, Fernando Santana, candidato opositor, não poupou críticas à gestão atual. Ele acusou Glêdson de não cumprir promessas de campanha, como a construção de um novo hospital, e apontou falhas na área da saúde. “O atual candidato prometeu construir um hospital, e não construiu. E olha que ele tinha ao lado dele o presidente da República, o seu líder, Jair Bolsonaro, e não fizeram o hospital”, disparou Fernando.
O clima esquentou ainda mais quando ambos começaram a questionar os apoios políticos recebidos. Glêdson questionou Fernando sobre a recente adesão de antigos aliados seus à campanha do oponente, como o empresário Gilmar Bender, e a desistência da candidatura de David Raimundão. “Eu tenho essa curiosidade de saber, e mais ainda, como o candidato conseguiu fazer com que o pré-candidato, David Raimundão, tenha desistido de sua candidatura, mesmo ele estando muito à frente nas pesquisas dele”, indagou Glêdson.
Fernando, por sua vez, rebateu as críticas, afirmando que sua força política vem da capacidade de diálogo e da união em torno de um projeto sólido. “Nós unimos as pessoas, nós tratamos bem as pessoas. Você trata mal com truculência igual a Bolsonaro e eu trato bem as pessoas”, alfinetou.
Apesar das farpas trocadas, o debate deixou a desejar nas questões cruciais como o desenvolvimento econômico, a geração de empregos e a melhoria dos serviços públicos, que foram ofuscadas pelas acusações mútuas e pela defesa dos índices da atual gestão. A população, se deparou com um embate marcado por retórica e pouca substância.