A taxa de desemprego no Brasil ficou no 11,1% no 1º trimestre de 2022, mostrando estabilidade frente ao 4º trimestre, com a falta de trabalho ainda atingindo 11,949 milhões de brasileiros, segundo divulgou nesta sexta-feira (29) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já a população ocupada, estimada em 95,3 milhões, caiu 0,5% em 3 meses, o que significa 472 mil pessoas a menos no mercado de trabalho. Com isso, o nível da ocupação (percentual de ocupados na população em idade de trabalhar) cair para 55,2%, contra 55,6% no trimestre anterior – a primeira queda em 4 trimestres.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego ficou em 11,2%, atingindo 12 milhões de pessoas. Na mínima histórica, registrada em 2014, chegou a 6,5%.
O resultado veio melhor que o esperado. A mediana de 28 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data projetava uma taxa de 11,4% no trimestre encerrado em março. O intervalo das estimativas variava de 11,3% até 11,7%.
De acordo com a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a estabilidade na taxa de desemprego explicada pelo fato de não haver crescimento na busca por trabalho no trimestre.
“Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que há no início ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões”, destacou, acrescentando a queda do número de ocupados no 1º trimestre foi bem menor do que a média observada em anos anteriores.
As maiores perdas de vagas foram observadas no grupamento de construção (menos 252 mil pessoas), que caiu 3,4% em 3 meses e na agricultura (menos 138 mil pessoas), com recuo de 1,6%.
Com a retração no contingente de ocupados, a população fora da força de trabalho aumentou 1,4%, o que equivale a uma adição de 929 mil pessoas. Já a força de trabalho potencial caiu 6,8% ou 610 mil pessoas. Esse grupo reúne aqueles que não estavam ocupados nem procuravam uma vaga no mercado, mas tinham potencial para se transformarem em força de trabalho.
Rendimento médio de R$ 2.548
O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.548 no 1º trimestre, o que representa um crescimento de 1,5% em relação ao trimestre encerrado em dezembro. Na comparação interanual, porém, segue 8,7% menor.
Veja destaques da pesquisa
- 11,9 milhões de desempregados: estabilidade frente ao 4º trimestre e queda de 21,7% (menos 3,3 milhões de pessoas) na comparação interanual (15,3 milhões);
- 95,3 milhões de pessoas de ocupados: queda de 0,5% (menos 472 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e alta de 9,4% (mais 8,2 milhões) ante o 1º trimestre de 2021;
- 26,8 milhões de subutilizados: queda de 5,4% (menos 1,5 milhão de pessoas) contra o trimestre anterior e de 20,3% (menos 6,8 milhões) frente aos 3 primeiros meses do ano passado;
- 4,6 milhões de desalentados (pessoas que desistiram de procurar trabalho): queda de 4,1% (menos 195 mil pessoas) em 3 meses e de 22,4% (menos 1,3 milhão) ante igual trimestre de 2021;
- 38,2 milhões de informais: a taxa de informalidade foi de 40,1% da população ocupada, o que representa um recuo frente ao 4º trimestre (40,7%), mas alta no comparativo com o 1º trimestre de 2021 (39,1%);
- 6,5 milhões de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas: queda de 11,7% ante o trimestre anterior (redução de 860 mil pessoas) e 8,2% na comparação interanual;
- 26,8 milhões de subutilizados: a mão de obra ‘desperdiçada’ caiu 5,4% (menos 1,5 milhão de pessoas) contra o trimestre anterior e 20,3% (menos 6,8 milhões) frente a igual trimestre de 2021;
- 34,9 milhões com carteira assinada: alta de 1,1% (mais 380 mil pessoas) ante o trimestre anterior e de 10,7% na comparação anual;
- 12,2 milhões sem carteira assinada: estabilidade frente ao trimestre anterior e alta de 19,3% (2 milhões de pessoas) frente ao 1º trimestre de 2021;
- 25,3 milhões de trabalhadores por conta própria: queda de 2,5% na comparação com o trimestre anterior (menos 660 mil pessoas), mas alta de 7,3% no comparativo interanual.
Fonte: G1