O Ceará encerrou o ano de 2022 com a taxa de desocupação em 7,8%. O resultado representa uma queda de 0,8 ponto percentual em relação ao terceiro trimestre e é o menor patamar desde o fim de 2014, quando o desemprego no Estado era de 6,7%.
Em números absolutos, 313 mil cearenses estavam sem trabalho nos últimos três meses do ano passado, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Do total de trabalhadores que estão sem emprego no Estado, a maioria (42,1%) – ou 132 mil pessoas – estão em busca de uma recolocação há mais de um mês e menos de um ano.
Há ainda 76 mil que não conseguem uma posição no mercado de trabalho há mais de dois anos e 74 mil que foram demitidos recentemente e busca uma nova oportunidade há menos de um mês.
No recorte por idade, a faixa etária que mais tem sofrido com o desemprego é a que vai de 25 a 39 anos, somando 120 mil afetados. Em seguida, os que estão na fila do emprego e possuem entre 18 e 24 anos chegam a 101 mil e aqueles com idade entre 40 e 59 anos, mais 80 mil.
PROFISSIONAIS COM ENSINO MÉDIO SÃO MAIORIA ENTRE DESOCUPADOS
Quando se olha a escolaridade, os profissionais com ensino médio completo são maioria entre os desocupados, totalizando 128 mil no fim do ano. Em contrapartida, esta também é a escolaridade com o maior volume de empregados no Estado – 1,4 milhão de trabalhadores que exerciam alguma atividade econômica possuíam até o ensino médio completo.
Nos últimos três meses de 2022, o Ceará tinha 138 mil mulheres desocupadas contra 175 mil homens na fila do emprego. Apesar de elas serem minoria, isso não significa que estão ocupando mais vagas no mercado de trabalho cearense que eles. No mesmo período, a pesquisa aponta que havia 2,1 milhões de homens ocupados e apenas 1,5 milhão de mulheres.
Uma das explicações para essa disparidade é que são considerados desocupadas apenas as pessoas que não estão trabalhando, mas que buscam efetivamente uma oportunidade. Mulheres que não possuem disponibilidade para trabalhar porque não têm quem cuide dos filhos, por exemplo, acabam de fora dessa conta.
OCUPADOS
O Ceará encerrou 2022 com 3,7 milhões de trabalhadores ocupados. Desse total, 1,7 milhão estavam empregados no setor privado. Uma boa parcela (44,8%), no entanto, atuavam sem carteira assinada.
O problema da informalidade é ainda mais grave entre os trabalhadores domésticos, que somam 235 mil pessoas no Estado, sendo 210 mil, ou 89,3%, sem os direitos devidos.
O Ceará ainda possui 489 mil trabalhadores atuando no setor público, 135 mil empregadores e 59 mil trabalhadores familiares auxiliares.
Um último grupo de destaque são os trabalhadores por conta própria, que somam 1,04 milhão de cearenses.
ATIVIDADES QUE MAIS EMPREGAM NO CEARÁ
Entre as atividades econômicas, a que mais está empregando no Ceará é a de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas. Somente este segmento gera oportunidade para 800 mil pessoas. Em seguida, aparece a administração pública, defesa, seguridade social, educação saúde humana e serviços sociais, com 680 ocupados.
Também se destacam a indústria geral (489 mil ocupados) e a indústria de transformação (462 mil ocupados).
Apesar da desocupação ter melhorado, o rendimento médio dos trabalhadores cearenses vem caindo. A média recebida no último trimestre de 2022 foi de R$ 1.713, R$ 126 a menos que no trimestre anterior. Este é o menor patamar de rendimentos desde o terceiro trimestre de 2016, quando a média ficou em R$ 1.693.
Por: Diário do Nordeste