Após mais de 2 meses, foi aprovado o encerramento da greve dos docentes das universidades federais cearenses.
Em Assembleia Geral da ADUFC realizada na manhã desta sexta-feira (21), docentes da UFC, UFCA e UNILAB decidiram pela saída coletiva e mobilizada da greve, vinculada à assinatura do acordo com o governo federal – só após essa etapa, que deve ocorrer até o início de julho, o movimento paredista será encerrado.
A decisão será encaminhada ao Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-Sindicato Nacional, responsável por representar a categoria nas negociações com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Na votação, docentes reconheceram que as propostas do governo foram limitadas, mas são conquistas do movimento grevista. Foram 107 votos a favor da saída, 58 pela continuidade e sete abstenções.
A assembleia docente ocorreu presencialmente nos jardins da reitoria da UFC, com transmissão online para os campi do interior. A avaliação da Diretoria da ADUFC é de que, ainda que os ganhos tenham sido limitados, houve conquistas para a categoria docente, especialmente no reconhecimento do setor da Educação como uma força social relevante e que precisa ser ouvida e considerada pelos governos.
A Profª. Irenísia Oliveira apresentou uma síntese da evolução das negociações com o governo federal desde janeiro de 2024 até a proposta mais recente apresentada à categoria docente. “Tudo que conseguimos, embora insuficiente, foi por causa da greve”, avaliou. Ela também elogiou o nível de debate da assembleia e da construção coletiva acumulada. “A nossa categoria é muito diversa, de realidades muito diversas. É assim que construímos a democracia, sabendo ouvir, modulando as falas, respeitando a fala do outro. Vejo como um momento de grande riqueza”, salientou.
A Profª. Alba Carvalho (Ciências Sociais/UFC) fez uma avaliação dos ganhos do movimento paredista e apontou caminhos para a continuidade da mobilização. “Tivemos ganhos organizacionais, políticos e financeiros. Nós que conquistamos isso, não podemos deixar que outros grupos assumam essa autoria”.